Um relatório elaborado pela Advocacia-Geral da União (AGU) e apresentado nesta quarta-feira (4) durante o 4º Congresso Nacional dos Delegados de Polícia Federal, em Fortaleza, mostrou que a União recuperou, entre o ano de 2004 até o dia 21 de agosto deste ano, mais de R$ 871,3 milhões que foram desviados dos cofres públicos.
Só neste ano, a União já recuperou mais de R$ 171 milhões. No ano passado, quando estava sendo articulada a criação da Estratégia Nacional de Combate Corrupção e Lavagem de Dinheiro pela AGU instituída em março deste ano, mais de R$ 357 milhões voltaram aos cofres públicos.
Segundo os números, 1.769 ações foram ajuizadas entre janeiro e agosto deste ano, pedindo a recuperação de cerca de R$ 441 milhões desviados. A maior parte dessas ações - um total de 1 022 - foi executada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O Maranhão é o estado que teve mais condenações impostas pelo TCU (com 157 ações de execução), seguido por São Paulo (com 105 execuções) e Minas Gerais (81).
Temos verificado que grande parte das ações é das regiões Norte e Nordeste, estados onde os casos de corrupção, segundo os relatórios da CGU [Controladoria Geral da União] e do TCU, são maiores, afirmou o advogado da União André Luiz de Almeida Mendonça.
Dessas ações executadas pelo TCU, 17,22% se referem a desvios praticados por ex-prefeitos e 12,82% pelos atuais administradores municipais. Segundo Mendonça, isso indicaria uma pulverização no desvio do dinheiro público quando ele sai da União. Na lista também aparecem 36 servidores e ex-servidores públicos, 33 empresas, 26 diretores de entidades ou órgãos públicos e 17 secretários ou ex-secretários municipais ou estaduais.
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