O dólar fechou em alta frente ao real nesta quinta-feira (17), passando a subir apenas perto do fechamento da sessão, após uma piora dos mercados internacionais, com bolsas ampliando perdas e o euro voltando a cair.

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A moeda norte-americana encerrou com avanço de 0,23%, cotada a R$ 2,0061 na venda, a maior cotação desde 28 de maio de 2009, quando fechou em R$ 2,009. Durante o pregão, a divisa oscilou entre a mínima de R$ 1,9894 e a máxima de R$ 2,0080.

"O euro também voltou a cair e acho que o mercado está muito volátil e suscetível a qualquer ruído. Os investidores estão bastante assustados. A preocupação principal é não ter perdas", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

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Às 17h24 (horário de Brasília), o euro, que ficou a maior parte do dia próximo da estabilidade, passou a cair, atingindo perda de 0,20%, cotado a US$ 1,2696.

O dólar também passou a se valorizar ante várias moedas no mesmo horário. Frente a uma cesta de divisas, por exemplo, tinha alta de 0,17%.

No período da tarde, a Grécia reforçou a preocupação entre os investidores. A agência de classificação de risco Fitch rebaixou o rating de crédito do país de "B-" para "CCC", citando a possibilidade de Atenas ter que deixar a zona do euro.

Problemas nos bancos espanhóis, com receio de que estejam ocorrendo retiradas de contas correntes, também aumentaram temores em relação a uma deterioração da crise na Europa nesta quinta-feira.

A agência de classificação de risco Moody's informou ainda que rebaixou o rating de 16 bancos espanhóis.

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Para Galhardo, os investidores também estão muito cautelosos e têm tentado se proteger comprando dólares, o que está ajudando manter a moeda norte-americana em torno de R$ 2. Além disso, o gerente de câmbio cita que o mercado tem dúvidas sobre qual patamar o Banco Central poderia atuar vendendo dólares.

"O mercado ainda tem algum tempo para digerir esses R$ 2. O dólar ainda deve ficar em torno de R$ 2 essa semana e talvez na próxima, enquanto não cessar essa instabilidade externa", afirmou Galhardo.

O operador de câmbio da B&T Corretora de Câmbio, Marcos Trabbold, avalia, por sua vez, que alguma operação específica pode ter gerado o fluxo de entrada de dólares que levou a moeda norte-americana a cair. Próximo ao fechamento, ainda de acordo com o operador, a divisa passou a subir acompanhando o exterior.

"A impressão que deu é que deve ter ocorrido uma entrada grande, teve alguma movimentação no mercado que empurrou para baixo o dólar. Começamos a acompanhar (o movimento) lá fora só no final da tarde", acrescentou Trabbold.

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