Os vigilantes de Curitiba e região metropolitana que atuam em empresas de segurança e de transporte de valores decidiram, em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira (6), pôr fim a greve da categoria. Os profissionais devem voltar aos postos de trabalho já a partir das 7 horas de quinta-feira (7). Eles vão aguardar trabalhando um desfecho para a negociação com o sindicato patronal que será no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PR).
"Os trabalhadores aceitam a proposta apresentada pelo sindicato patronal, mas querem que as empresas se comprometam a pagar os dias que ficaram parados", disse o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região (Sindivigilantes), João Soares.
Na quinta-feira, o sindicato que representa os trabalhadores e o Sindicato das Empresas de Vigilância Privada (Sindesp) têm uma reunião marcada no TRT-PR. De acordo com a última proposta apresentada, as empresas se propõem a pagar reposição salarial de 6,2%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Este pagamento, no entanto, deve ser feito parceladamente.
Além disso, os vigilantes também devem ganhar um aumento de cerca de R$ 1 no vale-alimentação (que passa a R$ 16,50) e passam a receber na íntegra o adicional de periculosidade (equivalente a 30% do salário).
Reflexos
Com a suspensão da greve, as agências bancárias de Curitiba e região metropolitana devem reabrir normalmente na quinta-feira. Os vigilantes também voltarão a abastecer caixas-eletrônicos localizados fora das agências.
A paralisação chegou a provocar o fechamento de cerca de 500 agências bancárias na região de Curitiba e a afetar o sistema de autoatendimento e caixas-eletrônicos. Os bancos mais atingidos foram as localizadas em bairros da região central da capital paranaense.
No interior do Paraná, a adesão à greve foi mais branda. Na região de Maringá, no noroeste do estado, os vigilantes optaram por não fazer parte da paralisação. Em Londrina, no norte, os trabalhadores até chegaram a parar, mas interromperam a greve na segunda-feira (4). Para o presidente do Sindivigilantes, a desarticulação no interior contribuiu para que a categoria não conquistasse resultados melhores.
"Era para [o resultado da campanha grevista] ter sido um pouco melhor. Mas o interior abandonou a greve e deixou a região de Curitiba sozinha. Isso prejudicou", reconheceu João Soares.
Para empresas, pode haver demissões
O vice-presidente do Sindesp, Jéfferson Nazário lamentou que a greve tenha se estendido por seis dias, afetando a população. "É lamentável que uma greve como esta tenha impactado e prejudicado tanta gente", afirmou Nazário.
Ele ressaltou que o aumento na folha de pagamento dos vigilantes chegou a 20%(somando os benefícios e o reajuste do piso). Apesar da proposta das empresas ter sido aceita, Nazário ainda teme o reflexo no caixa das empresas e não descarta que pode haver demissões.
"Temos que esperar, mas não descarto que isso venha a impactar no número de postos de trabalho para os vigilantes. É preciso aguardar", completou.