Brafer fechou parceria com empresa espanhola para a produção dos trackers , que funcionam como suportes para as placas solares.| Foto: Divulgação/Brafer

A redução de mais de 20% no faturamento de 2015 em relação ao resultado de 2014 e a mão de obra ociosa, resultado da crise, incentivaram a Brafer Construções Metálicas a diversificar a estratégia de negócio e investir em novas oportunidades do setor de energia solar.

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A companhia fechou, no primeiro semestre deste ano, uma parceria com a espanhola Clavijo, apontada como uma das maiores do mundo no setor de energia fotovoltaica. Com isso, a Brafer espera dominar a tecnologia, qualificar o conhecimento na área solar e ampliar as condições de atuação no mercado, de olho no início de projetos aprovados em leilões de energias renováveis, promovidos recentemente pelo governo federal.

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Prevendo a construção de parques solares no Brasil, que prometem incentivar a tecnologia fotovoltaica no país e reaquecer a indústria, a Brafer quer atender as companhias que venceram a concorrência fornecendo componentes metálicos, entre eles, estruturas feitas em aço para suporte dos módulos solares.

Desaceleração

Com a crise, o quadro de funcionários da Brafer foi reduzido de 1.320 mil trabalhadores para 900. Mesmo assim, segundo o vice-presidente da companhia, Luiz Carlos Caggiano, a mão de obra que permaneceu está ociosa. “Nossa capacidade de produção anual pode chegar a 40 mil toneladas de estruturas metálicas. Hoje, está em torno de 20 mil”, diz.

Entre 2013 e 2014, as duas unidades da empresa chegaram a produzir, por mês, 4.500 mil toneladas de material. Atualmente, o volume para atender a demanda do mercado nacional e estrangeiro fica em torno de mil. A Ópera de Arame, a Arena da Baixada, a Arena Corinthians e a reforma do Maracanã são algumas obras recentes que contaram com produtos fornecidos pela companhia.

“Três leilões ocorreram entre 2014 e 2015. Cada um gerou pouco mais de 800 megawatts de potência instalada. Juntos, os projetos devem demandar uma média de 200 mil toneladas de estruturas metálicas”, prevê Caggiano. Segundo o vice-presidente, a expectativa é de que o BNDES libere os financiamentos necessários o quanto antes, para que as construções tenham início.

Transmissão

Além de continuar a fornecer componentes para construções de estádios, arenas, galpões, pontes, viadutos e torres de energia, por exemplo, a empresa passa agora a também ser responsável por construir – e administrar – novas linhas nacionais de transmissão energética.

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O direito foi adquirido em abril deste ano, quando a empresa participou de um leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Por meio da Braferpower – um consórcio formado entre a Brafer (que detém 51% da participação), a CEEPower (com 48%) e CEEE Power Brazil (com 1%) – a fabricante adquiriu um dos 24 lotes oferecidos e conquistou a chance de construir e alugar 155 quilômetros de linhas de transmissão para atender o mercado elétrico do litoral norte do Rio Grande do Sul e fortalecer o sistema de Santa Catarina.

O contrato que oficializa o início dos trabalhos será assinado em junho e a previsão para entrega do projeto é de 36 meses. As novas linhas serão alugadas para a Aneel pelo período de 30 anos, à remuneração fixa anual de R$ 40 milhões. Nos leilões, ganha o lote a concorrente que se dispuser a receber o menor valor de Receita Anual Permitida (RAP), que é a remuneração paga às companhias, em relação ao teto.

Segundo Caggiano, desafios inéditos já começaram a ser superados. “Nosso conhecimento até então foi específico na área da fabricação de componentes metálicos; agora, precisamos dominar todas as etapas necessárias à instalação do sistema com um todo. Já estamos contratando e formando o time para isso”, conta ele. Com o novo projeto, cresce a produção de torres para transmissão de energia e outros componentes. Como consequência, aumentam as atividades em setores que a empresa contrata mão de obra e também terceiriza.

O projeto vai ter custo total de R$ 205 milhões. A maior parte do valor é proveniente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e deve ser quitado pela Brafer nos próximos dez anos.

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