A Nissan Motor anunciou que está desenvolvendo uma tecnologia de célula de combustível capaz de fornecer energia à base de etanol para os carros, uma iniciativa inédita na indústria automobilística, e que espera lançar o sistema antes da Olimpíada de Tóquio de 2020.
A segunda fabricante de automóveis do Japão disse na terça-feira (12) que sua tecnologia experimental permitirá que os veículos percorram mais de 600 km com um único abastecimento, de maneira similar aos carros movidos à gasolina. A célula de combustível combina hidrogênio e oxigênio em uma reação eletroquímica, que produz eletricidade.
Em um comunicado, a Nissan informou que vai usar o bioetanol, processo de obtenção do etanol através de cana-de-açúcar e milho, como fonte de hidrogênio, em uma expansão da sua estratégia de carros limpos focada principalmente em veículos elétricos.
A empresa afirmou que o sistema será mais barato que as opções concorrentes, porque vai evitar o alto custo de construir postos de abastecimento, e que não vai requerer tanques de hidrogênio volumosos para armazenamento no veículo.
A Nissan disse que sua tecnologia seria disponibilizada primeiro para empresas e governos locais até 2020, antes de abri-la para um uso comercial mais amplo.
Os veículos de célula de combustível movidos a hidrogênio, que emitem apenas água pelo seu tubo de escape, são uma opção valiosa para uma indústria automobilística cada vez mais focada em soluções verdes.
Barreira
Em 2014, a Toyota começou a vender o primeiro carro a célula de combustível para um público amplo no Japão, o Mirai, enquanto a Honda lançou o rival Clarity, que utiliza a mesma tecnologia.
Mas o alcance limitado e a falta de estações de abastecimento têm dificultado, nos últimos anos, o desenvolvimento da célula de combustível e dos carros elétricos.