O ex-ministro francês de Economia Dominique Strauss-Kahn encontrou-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (1). A reunião faz parte do esforço do europeu para ganhar apoio à sua candidatura ao posto máximo do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Para agradar os ouvidos dos países pobres, Strauss-Kahn absorveu o discurso de mudança no papel do FMI para também combater a pobreza e favorecer o desenvolvimento, além de atuar na estabilização das economias.
"No passado, o Fundo Monetário agia quando um país estava em dificuldades financeiras. O Fundo tinha um papel de intervenção de estabilização financeira muito importante, mas agora é preciso ajudar os governos, ajudar no combate a pobreza e no desenvolvimento", disse Kahn, após o encontro com Lula e o ministro Guido Mantega (Fazenda).
Candidato único ao posto e indicação da União Européia, dentro do acordo verbal com os Estados Unidos, o ministro francês filiado ao Partido Socialista criticou a atual forma de escolha do diretor-gerente da instituição.
"O chamado acordo entre UE e EUA para a escolha do presidente do Banco Mundial e do diretor-gerente do FMI está ultrapassado. Isso tem que mudar porque o mundo mudou. A maneira como se escolhe as pessoas que dirigem as instituições tem que mudar", disse.
O político europeu, no entanto, ressalvou: "Isso não significa que é impossível para um europeu ser presidente. Eu me considero numa competição. Hoje não existem outros candidatos, mas é possível que venha a ter. E se houver uma competição vai ser absolutamente normal."
Kahn foi escolhido pela União Européia para substituir o espanhol Rodrigo de Rato, que deixou o cargo de diretor-gerente antes de terminar seu mandato. Tradicionalmente, cabe a União Européia indicar o chefe do FMI e aos EUA indicarem o presidente do Banco Mundial.