Os trabalhadores dos Correios no Paraná decidiram manter a negociação aberta com a empresa em assembleias realizadas no estado na noite dessa quarta-feira (17). Os servidores mantiveram o indicativo de greve e uma nova assembleia deve ser realizada no dia 23 para decidir se uma greve pode ser iniciada ou não. Os principais motivos do impasse na negociação entre trabalhadores e os Correios são o reajuste salarial de 25,7% e a revisão do plano de saúde. As assembleias foram organizadas pelo Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) em Curitiba, Ponta Grossa, Cascavel, Maringá, Londrina, Guarapuava e Foz do Iguaçu. Na capital, participaram cerca de 500 trabalhadores. Entre os mais de 90 itens da pauta de reivindicações, o principal é o reajuste salarial de 25,7% (aumento real de 8%, além de 11,3% de reparação salarial de agosto de 1994 a julho de 2014 e 6,4% de reposição da inflação referente a agosto de 2013 a julho de 2014). Outro ponto é a mudança no plano de saúde dos trabalhadores. De acordo com o secretário-geral do Sintcom-PR, Marcos Rogério Inocêncio, desde abril de 2013, quando foi criada a Postal Saúde, responsável pelos planos de saúde dos empregados dos Correios, muitos funcionários foram prejudicados. "Há muita reclamação porque hospitais, clínicas e médicos têm se recusado a atender os trabalhadores por falta de pagamentos. Muitas cirurgias não puderam ser feitas e está acontecendo um descredenciamento grande de lugares que costumavam nos atender", conta Inocêncio. No entendimento do sindicato, com a criação da empresa, houve uma terceirização do plano de saúde dos trabalhadores. Agora a categoria exige a revogação do atual plano, que antes era operado pelo próprio departamento de recursos humanos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Negociações Ao todo já aconteceram três negociações frustradas desde 6 de agosto. Segundo o sindicato, a ECT teria oferecido apenas R$ 200 reais de gratificação, com incorporação somente em 2015 e 2016, mas reajuste salarial zero. Posteriormente, a empresa pediu a mudança de algumas cláusulas das reivindicações e ofereceu reajuste salarial de 6,5%, o equivalente a reposição da inflação. Por meio de nota, a Diretoria Regional dos Correios no Paraná confirmou as informações do Sintcom-PR, ressaltando que a gratificação seria para quem recebe de R$ 1.084 a R$ 3.077, e o reajuste de 6,5% seria para quem ganha acima de R$ 3.077. A empresa diz que concedeu aumento real de 7,19% nos últimos três anos, em comparativo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) do período e aos reajustes salariais, como consta no blog oficial dos Correios.

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