Fracassaram as negociações para por fim à greve dos bancários em Curitiba e região metropolitana nesta segunda-feira (20). Após outra assembléia e sem proposta alguma da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para discutir, os trabalhadores decidiram manter a paralisação de todas as atividades por tempo indeterminado.

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O 13.º dia de paralisação (nono dia útil) contou com 156 agências fechadas de um total de 329, 57 agências de bancos privados, 46 da Caixa Econômica Federal e 53 do Banco do Brasil, informou o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região. Além das agências, 12 centros administrativos dos bancos HSBC, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Bradesco também continuam com os trabalhos parados.

No interior do estado, os trabalhadores também decidiram manter os braços cruzados. Em Londrina e região, no Norte do Paraná, cerca de 1.600 funcionários de 168 agências ficaram parados nesta segunda. Sem proposta da Fenaban, a categoria, segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina Geraldo dos Santos, aguarda uma resposta nesta terça-feira (21). "Pensamos que receberíamos algo na noite desta segunda, porém não houve acordo", disse.

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Negociações

Uma reunião entre bancários de todo o país e a Fenaban discutiu, em São Paulo, um possível acordo para dar fim à paralisação dos trabalhadores, iniciada no dia 8, porém nenhuma negociação concreta foi feita. De acordo com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, neste 13.º dia de greve, a mobilização se manteve firme, com o objetivo de pressionar as negociações.

Na sexta-feira (17), houve encontro entre as duas partes, mas não se chegou a nenhum acordo e os bancários decidiram manter a greve por tempo indeterminado. A última proposta apresentada pela entidade patronal, na quinta-feira (16), não foi aceita pelos grevistas.

Sônia Boz, diretora de imprensa do sindicato, afirmou, no entanto, que o movimento grevista é sólido e há expectativa de aumento na adesão das agências, já que, segundo ela, os dois interditos proibitórios que impedem os funcionários do Itaú e do Santander de cruzar os braços poderiam ser suspensos ainda nesta segunda. "Entramos com recurso contra a decisão no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e esperamos que, como aconteceu com o Bradesco, a Justiça libere a greve para os trabalhadores destes bancos", diz.

Procurada pela reportagem, a Fenaban informou apenas que está em negociação com os bancários, sem adiantar uma possível nova proposta. A entidade não possui nenhuma estimativa de prejuízos causados aos bancos durante o período de greve.

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Reivindicações

A proposta rejeitada pelos trabalhadores, na quinta-feira (16), previa dois índices diferentes para reajuste. Para os trabalhadores que têm salários até R$ 1,5 mil, o reajuste seria de 9%. Para quem recebe acima deste valor, o índice ficaria em 7,5%.

Os bancários reivindicam aumento salarial de 13%, sendo 8% de perdas com inflação e 5% de aumento real. Eles também pedem mais investimentos dos bancos em segurança nas agências e imediações, mais contratações, aumento na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), dentre outras reivindicações.

Contas e pagamentos

O sindicato dos bancários explica que cheques continuam sendo compensados por 30% de funcionários que trabalham nos bancos. Esse é o porcentual mínimo exigido por lei para greves. Saques e pagamentos podem ser feitos nos caixas do auto-atendimento. Depósitos em dinheiro e cheque, no entanto, não estão sendo feitos em nenhum banco, pois não há funcionários para recolher os envelopes de depósito no fim do dia.

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A compensação de cheques é um serviço essencial e não deixou de ser feito, informou o sindicato. As pessoas devem ir às agências em funcionamento e falar direto com um gerente ou tesoureiro para realizar o serviço. O sindicato ainda confirmou que, caso o cheque já esteja na praça, ele não ficará parado e será descontado. Para contas, impostos e títulos, o cidadão deve verificar se há a possibilidade de pagamento em qualquer banco. Além disso, pode-se utilizar o código de barras das contas e efetuar os pagamentos em caixas de auto-atendimento. Caso nenhuma dessas opções sejam úteis, ainda há as casas lotéricas que realizam grande parte de pagamentos.

Casas lotéricas

Com a greve dos bancários, aumentou bastante a procura de serviços bancários nas casas lotéricas, por conta dos convênios com a Caixa Econômica Federal (CEF) e com o Banco do Brasil. Na segunda-feira passada (13), porém, houve uma pane nacional no sistema da CEF, que deixou sem atendimento as casas lotéricas. O atendimento voltou ao normal no mesmo dia.

As lotéricas fazem grande parte dos serviços bancários, como recebimento de boletos de qualquer banco, inclusive impostos (exceto IPVA parcelado e guias GR e DARF) até o valor de R$ 500. Ainda nas lotéricas, correntistas da Caixa podem pagar contas do banco até o valor de R$ 2 mil, sacar até R$ 1 mil e depositar até R$ 500, mas somente em dinheiro; enquanto clientes do Banco do Brasil podem sacar até R$ 200 e também depositar até R$ 500 em dinheiro.

Nas agências dos Correios, qualquer pessoa pode pagar tributos federais e estaduais, faturas e títulos, contas de água, luz e telefone e boletos de qualquer banco dentro do vencimento. Correntistas do Bradesco (parceiro atual do Banco Postal) podem sacar até R$ 600 por dia e fazer depósitos.

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