Bancários de Curitiba e região metropolitana cruzam os braços por 24h nesta terça-feira (30) em cerca de 90 de um total de 329 agências em Curitiba - cerca de 27%. De acordo com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, os terminais de auto-atendimento das unidades estarão à disposição dos clientes e usuários. Os clientes também podem fazer o pagamento de contas nas agências lotéricas e bancos postais.
Os trabalhadores estimam que sete mil dos cerca de 17,3 mil bancários de Curitiba e região irão cruzar os braços nesta terça-feira. De acordo com Sônia Boz, secretária de imprensa do sindicato, praticamente todas as agêcias do Centro de Curitiba e dos bairros Portão, Cristo Rei e Alto da XV aderiram à mobilização. "Ao longo do dia teremos um panorama melhor sobre as adesões", explica. Segundo ela, os funcionários estão aderindo espontaneamente à greve, e não há piquetes. Também não estão programados atos de protesto pela cidade.
A lista de unidades e centros administrativos fechados pode ser conferida no site www.bancariosdecuritiba.org.br e, segundo o sindicato, será atualizada ao longo do dia.
A paralisação de 24 horas foi aprovada em assembléia na sexta-feira (26). De acordo com o sindicato, a greve de 24 horas tem o objetivo de pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a agendar uma nova negociação e melhorar a proposta de apenas 0,3% de aumento real. Os trabalhadores também querem forçar a desistência da Fenaban em relação à redução de direitos assegurados na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, como vale-transporte, estabilidade pré-aposentadoria e auxílio-creche/babá. Os bancários reivindicam, ainda, mais segurança nas agências e nas imediações, já que os bancos seriam alvos prioritários de assaltos e roubos.
Paraná
Em todo o Paraná, além dos trabalhadores de Curitiba, os sindicatos de Arapoti, Apucarana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Londrina, Paranavaí, Toledo e Umuarama rejeitaram a proposta de reajuste de 7,5% e aprovaram a paralisação de 24h, de acordo com a Federação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro no Estado do Paraná (Fetec).
Os bancários de Guarapuava também são contrários à proposta, mas devem fazer apenas um retardamento na abertura das agências da cidade, iniciando as atividades ao meio-dia. Em Maringá, o sindicato aprovou estado de greve por tempo indeterminado em todas as agências bancárias, exceto as do Banco do Brasil, cujos funcionários não aderiram à paralisação.
Os sindicatos de Cascavel e Foz do Iguaçu, que não são filiados à Fetec, também cruzam os braços por 24h, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec). Nas cidades de Goioerê, Paranaguá, Pato Branco, Ponta Grossa, Telêmaco Borba e União da Vitória, os trabalhadores realizam assembléia durante a manhã para definir se aderem ou não ao protesto.
Orientações
Aos clientes e usuários, o sindicato dos bancários de Curitiba orienta que deixem para realizar pagamentos de contas e demais serviços bancários na quarta-feira (1º). Caso não seja possível, os terminais de auto-atendimento permanecem funcionando nos bancos e em locais de grande circulação como centros comerciais, galerias, shoppings, faculdades, entre outros. Para serviços não disponíveis nos caixas eletrônicos, há possibilidade de utilizar correspondentes bancários (Correios e lotéricas).
Fenaban
Procurada pela reportagem, a Fenaban diz que aguarda uma contraproposta sobre o reajuste salarial por parte dos bancos e que as negociações ainda não finalizaram. Segundo a federação, a proposta feita às instituições foi de reajuste de 15% para os bancários. Os bancos é que teriam pedido para sugerir 7,5% aos trabalhadores, para, a partir de uma discussão entre as partes, formular uma contraproposta à Fenaban. As demais reivindicações não foram comentadas pela entidade.
Manifestações
O sindicato da categoria realizou várias manifestações pela campanha salarial durante a semana passada na capital e região metropolitana. Na segunda-feira (22), 12 agências do bairro Portão ficaram sem atendimento até 11h15. No Centro de Curitiba, na terça-feira (23), foi a vez de 21 agências paralisarem as atividades, deixando apenas o auto-atendimento à disposição dos clientes.
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