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Bancários de 21 agências do Centro de Curitiba mantiveram as atividades paralisadas na manhã desta terça-feira (23), deixando apenas o auto-atendimento à disposição dos clientes (veja relação de agências ao lado). Por volta do meio-dia, todas as unidades bancárias voltaram a funcionar normalmente, de acordo com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região.
O protesto é contra o que o sindicato considera retrocesso nas negociações da campanha salarial, que acontecem desde a semana passada entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), entidade de congrega os sindicatos dos bancários.
"Os banqueiros querem diminuir o auxílio-creche, a estabilidade pré-aposentadoria e o vale-transporte, direitos garantidos na Convenção Coletiva de Trabalho", diz nota do sindicato enviada à imprensa.
Além da manutenção dos direitos, os bancários pedem um reajuste salarial de 13,23% (5% de aumento real mais a reposição da inflação); participação nos lucros, com pagamento de três salários do trabalhador mais R$ 3,5 mil fixos; aumento progressivo em três anos do piso salarial, que passaria dos atuais R$ 983 para R$ 2.072 valor foi estipulado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese); aumento nas contratações; plano de cargos e salários em todos os bancos; e mais segurança nas agências.
Na segunda-feira (22), 12 agências tiveram o início do expediente atrasado pelo sindicato. "Infelizmente, os bancos só conhecem esta forma de tratamento: pressão e intransigência. É desta forma que agem conosco nos bancos e desta forma que nos obrigam a agir durante a Campanha Salarial", afirmou, em nota, Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região.
Porta do Inferno
Nesta terça-feira, a faixa temática "porta da inferno" cobrirá a entrada da agência HSBC Palácio Avenida, na Avenida Luiz Xavier. Nas últimas semanas, o mesmo adereço foi utilizado na agência do Banco do Brasil do Seminário, duas vezes na agência do Unibanco na esquina das Marechais, e no HSBC do Alto da XV.
De acordo com o sindicato, os protestos ocorrem em todo o país e devem continuar ao longo da semana.
Procurada pela reportagem, a Fenaban não detalhou as propostas, mas informou que ainda está em processo de negociação, sem um acordo definido, e que, portanto, não compreende a manifestação dos bancários. Todos os pontos reivindicados pela categoria, segundo a entidade, são alvo de propostas que serão apresentadas à Contraf.