Os bancários de Curitiba e região aceitaram a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na noite desta terça-feira e a greve da categoria chegou ao afim após 6 dias de paralisação. Reunidos em assembléia, 842 trabalhadores aprovaram a proposta de 6% de reajuste, mais um abono de R$ 1.700 e aumento nos valores do programa de Participação nos Lucros de Resultados (PLR), de R$ 733 para R$ 800.

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A decisão foi comemorada pelos trabalhadores que estiveram reunidos na Sociedade Thalia. Ao anunciar o resultado final da apuração dos votos, os trabalhadores vibraram e aplaudiram o veredicto. "Essa é uma vitória de toda a categoria, que mostrou mais uma vez que todo movimento de greve é importante e legítimo. A proposta da Fenaban só aumentou devido a greve", disse a presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Marisa Stédile.

Os trabalhadores voltam ao trabalho normalmente na próxima quinta-feira. Questões mais específicas dos trabalhadores da Caixa Econômica Federal e do banco do Brasil serão discutidos em uma reunião na próxima terça-feira.

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Os novos valores propostos pela Fenaban nesta segunda-feira resolveram o principal problema apontado pelos grevistas. "A inflação no período foi de 5,1%. Antes eles ofereciam apenas 4% e isso revoltou toda a categoria. Agora tivemos uma proposta digna e os 6% representam um ganho maior que a inflação", disse Marisa. "Além disso, o abono será pago não para re-equilibrar perdas, mas sim como premiação pela importância dos trabalhadores".

O diretor da Federação dos Trabalhadores de Estabelecimentos de Crédito do Paraná, Beto Von der Osten, comemorou a decisão. Realmente foi uma conquista. Não éramos sequer atendidos pelo sindicato patronal há mais de 20 dias. A greve fez com que eles nos levassem a sério e admitissem nossa importância", afirmou.

O destaque negativo, segundo a presidente do Sindicato dos Bancários, foi a maneira como os bancos lidaram com a greve. "Eles foram muito truculentos e demonstraram total falta de sensibilidade. Nosso movimento foi legítimo e o diálogo poderia ter feito a diferença durante a manifestação", concluiu Marisa.

Cronologia da greve

1.º dia:cerca de 5 mil funcionários fizeram uma manifestação diante do prédio administrativo do HSBC no bairro da Vila Hauer. Os representantes do banco conseguiram um interdito proibitório que impedia os manifestantes de proibir a entrada dos funcionários. Os grevistas acusaram o banco de obrigar funcionários a trabalhar até de madrugada. O banco se defendeu alegando que isso era uma prática comum dentro do plano de contingência de greve.

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2.º dia:cerca de 50 agências foram fechadas no segundo dia de manifestação. Os serviços não chegaram a ser prejudicados. Na sede administrativa do HSBC no bairro do Xaxim, manifestantes tentaram impedir a entrada de funcionários para o expediente. O banco utilizou o apoio da Polícia Militar para garantir os efeitos do interdito proibitório. Os grevistas conseguiram uma liminar da Justiça que garantiu o direito de greve.

3.º e 4.º dias (sábado e domingo):alguns caixas automáticos não funcionaram.

5.º dia:o dia foi marcado por uma denúncia do sindicato sobre alguns trabalhadores que estariam mantidos em cárcere privado na sede do HSBC da Vila Hauer. Fiscais da Delegacia Regional do Trabalho estiveram no local e encontraram colchões escondidos. No final do dia o sindicato já contabilizava 60 agências fechadas e 5 centros administrativos paralisados. Durante a noite o sindicato patronal Fenaban apresentou nova proposta de reajuste (6% de aumento, R$ 1700 de abono e mais participação nos lucros).

6.º dia:na manhã desta terça-feira um diretor da Federação dos Trabalhadores de Crédito no Paraná foi imobilizado, algemado e preso pela Polícia Militar. A PM divulgou que o grevista desacatou e agrediu um PM. Já o sindicalista afirma que foi preso por puro excesso de truculência e abuso de autoridade. No fim do dia, os trabalhadores se reuniram e decidiram aceitar a proposta da Fenaban e puseram fim a greve da categoria em Curitiba e Região.

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