O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro decidiu enviar à Justiça Federal fluminense, nesta quarta-feira (11), mais uma denúncia sobre Eike Batista por supostos crimes contra o mercado de capitais na venda de ações do estaleiro OSX, em 2013, vinda de São Paulo.

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Se acolhida pelo juiz federal Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal, será a segunda ação penal a que Eike responderá na Justiça Federal por supostos delitos dessa natureza.

A outra, já em andamento, traz os mesmos crimes, "insider trading" (negociação com base em informação privilegiada) e manipulação de mercado, mas relacionados a ações da OGX, também supostamente cometidos em 2013.

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Assim como a OSX, a OGX também foi fundada por Eike e o tinha entre seus dirigentes.

A denúncia da OSX, que o MPF agora encaminha para apreciação da Justiça, havia sido formulada pela procuradora da República de São Paulo Karen Kahn em setembro do ano passado, mas a Justiça Federal paulista entendeu que o caso deveria ser enviado ao Rio, onde está sediada a empresa.

Investigação

Segundo a investigação, Eike vendeu ações do estaleiro em abril de 2013, dias antes de a empresa vir a público revelar que os negócios sofreriam impacto por conta da crise na petroleira OGX, sua principal cliente.

A divulgação derrubou a cotação da OSX, mas, vendendo antes, em tese, Eike teria evitado perdas.

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Outras denúncias elaboradas por Kahn também foram remetidas, entre elas uma que acusa Eike e sete executivos da OGX por supostamente terem cometido os crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica e indução de investidor a erro, e outra, contra três executivos da OGX, por "insider trading".

Procuradores responsáveis pelo caso no Rio estão analisando quais, dentre essas, serão mantidas.

Pedido de afastamento

Nesta quarta-feira (11), o Tribunal Regional Federal do Rio iniciou julgamento do pedido da defesa de Eike para afastá-lo da ação penal envolvendo a OGX, acusando-o de ter dado declarações que antecipavam seu juízo sobre o caso e de não ter sido parcial. Dois de três desembargadores votaram pelo afastamento de Souza.

O terceiro pediu vistas e interrompeu o julgamento. Souza rechaça as acusações.

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Enquanto a decisão do TRF sobre a exceção de suspeição não saiu, Souza continua à frente da ação penal da OGX.

Nos últimos dias, ele decretou bloqueio de R$ 3 bilhões em bens de Eike e parentes, além de apreender alguns dos bens, como automóveis, relógios, obras de arte, celular e, nesta quarta-feira, seu iate.