A combinação de capital humano qualificado, infraestrutura adequada, ambiente regulatório, acesso a capital e custos operacionais baixos fazem de uma cidade um local apropriado para o desenvolvimento de negócios. Os municípios que são destaques em rankings sobre o tema apresentam equilíbrio entre esses fatores, fruto das ações desenvolvidas por atores públicos e privados.
É o que o ambiente acadêmico chama de tríplice hélice, ou seja, a atuação conjunta de governo, universidades e instituições privadas para a promoção da inovação. Quando isso acontece no âmbito municipal, temos um polo de atração de empreendedores em busca de eficiência. Em comum, essas regiões apresentam índices econômicos e sociais superiores à média nacional.
“As cidades boas para negócios têm ambientes propícios à inovação como parques tecnológicos e incubadoras, polos acadêmicos importantes e reconhecidos e lideranças que puxam o local para o empreendedorismo”, diz a presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), Francilene Garcia.
São os casos de Florianópolis e Recife, duas capitais potencialmente turísticas, mas que pautaram o desenvolvimento econômico no setor de tecnologia. Na capital catarinense, o setor é o maior arrecadador de impostos municipais.
Em Recife, o Porto Digital, parque tecnológico fundado em 2000, ajudou a revitalizar a região do centro histórico do município e desenvolveu os segmentos de Tecnologia da Informação e Comunicação e Economia Criativa.
Equilíbrio
Líder do Índice de Cidades Empreendedoras da Endeavor, a cidade de São Paulo retrata a importância do equilíbrio. A capital paulista apresenta resultados consistentes em mercado, acesso a capital, infraestrutura e inovação. É nela que estão quase 60% de todos os investimentos de capital de risco do país. O PIB paulistano é de aproximadamente R$ 500 bilhões, o que representa cerca de 10% da produção nacional.
O coordenador de conteúdo e inovação da consultoria Urban Systems, Willian Rigon, avalia que cidades que têm economias mais dinâmicas, como o caso de São Paulo, conseguem ter crescimento econômico elevado, já que não ficam reféns de um único setor produtivo.