O segredo do Colégio de São Bento, primeiro lugar nacional no ranking das escolas no Enem (Ensino Nacional do Ensino Médio) em todo o país, é a formação continuada. É consenso na escola que os bons resultados só vêm sendo alcançados pela dedicação em todos os anos escolares, e não só no pré-vestibular.
- Aqui não entram alunos depois da primeiro série do ensino médio - explica Maria Elisa Penna Firme Pedrosa, supervisora pedagógica. - Existe um projeto para os três anos, não é só um plano para o vestibular.
Um aluno do terceiro ano enfrenta uma maratona semanal de estudos: de segunda a sexta-feira, as aulas vão das 7h30m às 16h30m. Aos sábados, há sempre duas provas.
- Não temos preparação específica para o Enem. Os alunos buscam provas anteriores na internet e tiram dúvidas com os professores. Nossos simulados são de provas de vestibulares como UFRJ e Uerj - diz a supervisora.
Se o novo modelo do exame vai atrapalhar a boa colocação do colégio, Maria Elisa afirma que isso não é uma preocupação para a escola. Mas a falta de informações tem deixado os alunos receosos.
- O novo Enem pegou todo mundo de surpresa, e a proposta ainda não está muito clara. É difícil inclusive orientar os alunos. Eles ficam preocupados não só pela quantidade de questões, mas pela proposta da nova avaliação, que parece estar mais próxima de um vestibular.
Há outros motivos para o excelente desempenho do São Bento. Única escola do Rio que só aceita meninos - e que não tem previsão de mudar -, com mensalidade que gira em torno de R$ 1.700, o colégio tinha, até o ano passado, 55% de seus professores com pós-graduação. A estimativa é que esse número tenha crescido. O docente do ensino médio ganha R$ 40 por hora/aula.
O peso da tradição da instituição, que este ano completa 151 anos, reflete-se também nas carreiras escolhidas por seus alunos. A maioria opta por Direito, engenharia e medicina.
- Vou fazer Direito. As pessoas aqui são mais tradicionais mesmo e seguem as carreiras clássicas. Mas não tenho medo de vestibular ou de Enem. O São Bento prepara para tudo - diz Victor Gianini, de 18 anos.
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