O número de escolas ocupadas em todo o Paraná subiu para cem nesta segunda-feira (10), quando ao menos três protestos de estudantes foram registrados em Curitiba. As informações são da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes) e do movimento Ocupa Paraná (veja lista das escolas ocupadas abaixo). Procurada, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) segue declarando que não possui uma lista própria de colégios envolvidos no movimento e que, portanto, não nega nem reconhece os estabelecimentos listados pela Upes.
Os protestos - contra a reforma do ensino médio proposta no último mês - ocorrem agora em 24 cidades e contam com apoio também dos professores ligados à APP-Sindicato. Os alunos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), sede de Marechal Cândido Rondon, também aderiram ao movimento.
São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), continua sendo a cidade com o maior número de ocupações, com 19 colégios. O número subiu também na capital, que agora tem 14 instituições ocupadas. As manifestações no Colégio Estadual Cruzeiro do Sul, no Santa Cândida, o último a aderir, começaram logo após o fim de semana de protestos dos estudantes, professores e servidores da educação.
Protestos da manhã
O início da manhã desta segunda-feira foi marcado por manifestações em alguns pontos da capital: nas imediações do terminal do CIC (Cidade Industrial de Curitiba), em alguns pontos da Avenida Victor Ferreira do Amaral, no Tarumã, e também no Sítio Cercado. Nesse último bairro, a canaleta por onde passa ônibus de linha direta (o “ligeirinho”) chegou a ficar bloqueada por alguns minutos, mas os estudantes a liberaram logo em seguida. A Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) informa que nenhum ponto da cidade chegou a ficar totalmente bloqueado.
Em Cascavel, um grupo de estudantes protestou em frente à prefeitura da cidade e depois ocupou o saguão da Câmara de Vereadores, minutos antes da sessão plenária. “Governo, a culpa é sua, lugar de estudante é na escola e não na rua”, cantavam os manifestantes. Policiais militares acompanharam a manifestação.
Segundo Matheus dos Santos, presidente da Upes, diversos atos estão sendo organizados espontaneamente pelos alunos e devem continuar ocorrendo ao longo da semana. “As manifestações nas ruas estão sendo organizadas pelos estudantes dos bairros. Eles têm as mesmas demandas de todo o movimento”, explica.
A mobilização dos alunos é contra a Medida Provisória (MP) 746, chamada de “reforma do ensino médio”, que prevê alterações no ensino. A MP propõe, entre outras mudanças, a transformação da jornada diária de quatro horas para sete horas e a flexibilização da escolha das disciplinas.
“As manifestações são um aquecimento para o grande ato dos estudantes”, afirma Matheus. A passeata ainda não está marcada.
Segundo a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), atos acontecem também em Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Brasília, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul e Pernambuco.
Protestos do final de semana
Milhares de pessoas, entre estudantes, professores e servidores estaduais, participaram neste domingo (9), em Curitiba, de um protesto contra os governos federal e estadual. De acordo com estimativa da Upes, mais de 4 mil participantes se concentraram na Praça Santos Andrade. A Polícia Militar (PM) acompanhou todo o ato, inclusive com soldados à paisana, mas não fez estimativa de participação.
O ato público foi organizado pelo grupo CWB Contra Temer, a Upes e estudantes que ocupam colégios estaduais no Paraná.
Colégios ocupados no Paraná, segundo a Upes
São José dos Pinhais
C.E. Elza Scherner Moro
C.E. Afonso Pena
C.E. Padre Arnaldo Jansen
C.E. Costa Viana
C.E. Silveira da Motta
C.E. Hebert de Souza
C.E. Chico Mendes
C.E. Juscelino K. de Oliveira
C.E. Pe. Antônio Vieira
C.E. São Cristóvão
C.E. Angelina Prado
C.E. Shirley
C.E. Guatupê
C.E. Lindaura Ribeiro
C.E. Estadual Ipê
C.E. Unidade Polo
C.E. Barro Preto
C.E. Zilda Arns
C.E. Tiradentes
Londrina
C.E. Albino Feijó Sanches
C.E. Maria Aguilera
C.E. Vani Ruiz
C.E. Polivalente
C.E. Willie Davids
C.E. Hugo Simas
C.E. Margarida Barros
Colégio de Aplicação da UEL
Instituto de Educação
Curitiba
Colégio Estadual do Paraná
C.E. Algacyr Maeder
C.E. Teobaldo Kletemberg
C.E. Teotônio Vilela
C.E. Ernani Vidal
C.E. Cruzeiro do Sul
C.E. Benedicto J. Cordeiro
C.E. Brasílio de Castro
C.E. Cecilia Meireles
C.E. Guido Arzua
C.E. Pilar Maturana
C.E. Alfredo Parodi
C.E. Flavio F. da Luz
C.E. Rodolfo Zaninelli
Fazenda Rio Grande
C.E. Cunha Pereira
C.E. Anita Cannet
C.E. Lucy Requião
C.E. Jorge Andriguetto
C.E. Abilio Lourenço
C.E. Décio Dossi
C.E. Olindamir Claudino
C.E. Liria Nichele
Pinhais
C.E. Arnaldo Busato
C.E. Tenente Sprenger
C.E. Daniel Rocha
C.E. Castelo Branco
C.E. Amyntas de Barros
C.E. Mathias Jacomel
C.E. Leocádia Ramos
C.E. Ottília Homero
C.E.E.P Newton Maia
Cascavel
C.E. Castelo Branco
C.E. Olinda Truffa
C.E. Wilson Joffre
C.E. Santos Dumont
C.E. Horácio Ribeiro
C.E. Jardim Clarito
C.E. Marcos Shuster
C.E. Itagiba Fortunato
Ponta Grossa
C.E. Ana Divanir Borato
C.E. Polivalente
C.E. Regente Feijó
C.E. Epaminondas Ribas
C.E. Meneleu Torres
C.E. Pietro Martinez
Maringá
C.E. Brasílio Itibere
C.E. Tomaz Edison
C.E. Tânia Varella
Paranaguá
C.E. José Bonifácio
C.E. Alberto Gomes Veiga
Pato Branco
C.E. de Pato Branco
C.E. do Campo São Roque
Toledo
C.E. Novo Horizonte
C.E. Atílio Fontana
Colombo
C.E. Helena Kolody
C.E. Vinicius de Moraes
C.E. Abraham Lincoln
Matinhos
C.E. Sertãozinho
C.E. Mustafá Salomão
Campo Largo
C.E. Macedo Soares
C.E. Albina Muginoski
Piraquara
C.E. Rosilda de Souza
Marechal Cândido Rondon
C.E. Frentino Sackser
União da Vitória
C.E. São Cristovão
Mandaguaçu
C.E. Parigot de Souza
Rio Branco do Sul
C.E. Maria da Luz Furquim
Pontal do Paraná
C.E. Paulo Freire
Guaratuba
C.E. Zilda Arns Neumann
C.E. Joaquim Mafra
Ibiporã
C.E. Brasilio de Lucca
Apuracana
C.E. Nilo Cairo
Guarapuava
C.E. Mahatma Gandhi
Universidade Ocupada
UNIOESTE - Marechal Rondon
Fonte: Upes
A Secretaria de Estado da Educação (Sesa) segue declarando que não possui uma lista própria de colégios envolvidos no movimento e que, portanto, não nega nem reconhece os estabelecimentos listados pela Upes.