Um Drummond mais amargo e reflexivo sobre a condição humana no mundo. É isso que o vestibulando vai encontrar ao ler o Claro Enigma, uma das novidades na lista de obras indicadas para o próximo vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O livro, de 1951, é considerado um rompimento no trabalho do autor por ser diferente do que ele fazia até então Carlos Drummond de Andrade faz parte da segunda geração modernista da década de 1930. O poeta engajado e contestador dá espaço a alguém mais filosófico e reflexivo.
Os temas da obra versam sobre ausência, vida, amor, tempo e sexo. São essas características que o estudante deve buscar durante a leitura dos poemas. Para entendê-las, é preciso ter em mente o contexto histórico da produção do livro: o pós-segunda guerra mundial. "Drummond está sem esperança. Para ele, o que espera o homem é um grande vazio", diz a professora e coordenadora nacional de Literatura do Colégio Bom Jesus, Claudia Cecília Correa Pedroso.
Forma
Além da temática, a forma dos poemas de Claro Enigma também é diferente de outras obras de Drummond. Nele existe uma preocupação maior com o poema clássico, negado pela geração modernista da qual ele faz parte. Inclusive, alguns poemas são sonetos compostos por 14 versos e fazem referência à poesia formal.
Um exemplo importante é o poema "Oficina Irritada", em que a preocupação com a forma se mostra forte e mais importante que o próprio conteúdo. Outro exemplo é "A máquina do mundo". Além da excessiva preocupação com os versos e com a estética da estrutura, ele é um dos mais representativos do livro e da carreira do autor.
Como ler
A leitura de um livro de poesia não é como a de um romance. Quando o vestibulando estiver com Claro Enigma nas mãos, ele não precisa se preocupar em ler os poemas em ordem. "A dica é focar em dois ou três por dia, prestando atenção nas características e no tema de cada um", sugere o professor do Colégio Acesso e do Curso Apogeu Gilberto Alves da Rocha.
Livros UFPR 2013 | 4:40
Confira os comentários do professor de literatura Gilberto Rocha sobre a obra Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade.