A grave crise vivida pelo Atlético é incompreensível para um clube que possui o melhor centro de treinamentos do país, o estádio escolhido pela Fifa para receber os jogos da próxima Copa do Mundo, uma torcida inflamada e fidelíssima, além de um quadro social que vai dobrar de tamanho com a conclusão da Arena da Baixada.

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A grave crise vivida pelo Atlético é incompreensível para um clube que tem cacife de disputar a contratação de um jogador estrangeiro com o poderoso Benfica e ganhar a parada.

A grave crise vivida pelo Atlético é compreensível para um clube que passa mais tempo discutindo a rasteira política interna em vez de contratar grandes profissionais em todas as áreas e decolar, definitivamente, para o seu grande destino.

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Clubes quebrados, que mal pagam os salários dos jogadores e que sobrevivem antecipando em anos os recursos recebidos pela Rede Globo, conseguem escolher bem os profissionais da comissão técnica, cobram coerência e eficiência dos treinadores e, sobretudo, acertam na maioria das contratações e conquistam títulos para a alegria dos seus torcedores.

Os maiores inimigos do Atlético estão dentro do próprio Atlético. São fantasmas que perambulam pelos corredores atrapalhando a vida do clube em vez de exercer a função de exigir competência dos atuais dirigentes.

Nos últimos anos o futebol atleticano foi se degradando e, ao contrário da ascensão na década dourada – 1995 a 2005 –, a torcida foi obrigada a aceitar, resignada, a baixa qualidade de técnicos e jogadores e o gosto pessoal foi se deteriorando. Todos se acostumaram a aceitar supervisores fracos e inexperientes, treinadores com altos e baixos e elevada quantidade de jogadores medíocres.

Tentam justificar a má qualidade do elenco afirmando que as coisas mudaram, que está difícil revelar bons jogadores nas categorias de base, que o futebol se tornou um negócio, que os agentes atrapalham, que conquistar o mísero título estadual é tarefa complicada, etc, etc. Exatamente como alguém que perde tudo e tem de se acostumar, mesmo a contragosto, com uma vida nova de privações e precariedade.

Mas esse não é o caso. Antes, pelo contrário, o dirigente Alfredo Ibiapina mostrou que a economia do país permite que um time brasileiro dispute e ganhe a concorrência com um tradicional time europeu, como ocorreu no episódio da aquisição do promissor atacante Santiago García, o El Morro, com 20 anos de idade e que custou R$ 7 milhões.

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O Atlético é um elefante que não sabe a força que tem, mesmo porque é mais respeitado fora do que por muitos atleticanos.

Novos dirigentes, um novo pensamento e, por que não, um novo Furacão?

O Rubro-Negro precisa livrar-se dos inimigos íntimos, apresentar uma nova ideia, recompor-se na formação de um elenco de alto nível e voltar a ser um time competitivo.