Os técnicos tentam impor a seleção da Espanha como uma espécie de nova ordem no futebol mundial.
Todos viram que na sua melhor apresentação durante a Copa na África do Sul, na partida em que eliminou a Alemanha, o futebol espanhol foi uma versão piorada do melhor que o futebol brasileiro mostrou nas Copas em que empolgou o planeta.
Esse negócio de futebol de resultados é para enganar trouxa e, do jeito que os jogos estão sendo disputados, cada vez mais os canais de televisão a cabo, que passam bons filmes, terão maior audiência que os canais que mostram jogos de futebol. Ou corridas arranjadas de Fórmula-1.A vantagem do futebol europeu sobre o sul-americano é o fato de manter os jogadores dentro do país. Enquanto Messi, por exemplo, foi embora ainda menino, ou craques brasileiros são seduzidos pelos euros logo que dão os primeiros chutes, Espanha, Alemanha, Itália, Inglaterra e outros mantêm as suas estruturas intactas. Só não alcançam melhores resultados em mundiais de todas as categorias porque lhes falta mais talento.
Alemanha, Holanda e Espanha mostraram na Copa seleções com revelações que brilham desde as categorias de base. Isso esta se tornando praticamente impossível por aqui, pois antes de completar 18 anos muitos jogadores estão deixando as nossas equipes.
Dentro dessa realidade, formar uma seleção brasileira jovem e competitiva a longo prazo será um desafio ao novo técnico. Bastará que um, dois ou vários jogadores se destaquem para que o tilintar das moedas os levem embora do país.
Mano Menezes, porém, apresentou-se com correção: elegante, educado e revelando profundo conhecimento do assunto, demonstrou serenidade e firmeza em todas as respostas, saindo-se com estilo na primeira coletiva.
Expressou-se com mais naturalidade e simpatia que o presidente Ricardo Teixeira, deixando uma imagem positiva.
Convocação: Examinando os jogadores convocados para a nova seleção vejo coerência por parte de Mano Menezes. Ele abriu as portas para diversos jogadores que normalmente não teriam tantas oportunidades.
Os estreantes e aqueles que receberam uma nova chance devem aproveitar, pois a seleção terá muitos compromissos e muito trabalho pela frente.
Também pesou o fator olímpico na obstinada luta dos brasileiros pela conquista da primeira medalha de ouro no futebol.
Para a seleção principal, mais à frente, dificilmente o treinador deixará de fora jogadores com a envergadura técnica de Júlio César, Maicon, Lúcio ou Kaká. O ideal é a mescla entre os jovens e os mais experientes, pois será enorme o peso da responsabilidade de disputar a Copa das Confederações e a Copa do Mundo dentro de casa. Além do fato de que a próxima Copa América será na Argentina.
EFABULATIVO: O Circo é da Fórmula-1, mas os palhaços somos nós.