A contratação de psicólogo não é mais novidade no futebol e a providência do Coritiba a poucas rodadas do encerramento da temporada evidencia o desespero na luta contra o rebaixamento. Desespero porque os entendidos no assunto afirmam que o trabalho na área da psicanálise requer tempo para apresentar os resultados e o profissional contratado para fazer a cabeça dos jogadores do Coxa terá apenas sete semanas.
Antigamente, os cartolas apelavam para os pais de santo na tentativa de conseguir ajuda de entidades espirituais ou coisas do gênero para superar as deficiências técnicas das equipes.
O Atlético viveu essa experiência na campanha do título brasileiro de 2001, quando o presidente Marcus Coelho contratou a renomada psicóloga Suzy Fleury, que teve mais trabalho para acalmar os dirigentes, que não paravam de brigar, do que com os jogadores, que se sentiram seguros e reconfortados com as suas palestras. Tanto que o time respondeu positivamente no campo enquanto os cartolas provocaram o maior racha político da história do clube exatamente na manhã do jogo final com o São Caetano. Tudo por causa de duas matérias publicadas no caderno de esportes desta Gazeta que aguçaram a vaidade dos donos da bola atleticana.
Pela má sorte de Robinho na bola chutada contra a trave no último minuto da partida com o Grêmio, talvez o problema do Coritiba possa ser resolvido com uma boa e velha "Pajelança", aquele ritual dos povos indígenas ou uma sessão de "Encantaria", mescla da pajelança amazônica com o catolicismo popular praticado em algumas regiões do Nordeste.
O maior desafio dos psicólogos é fazer o paciente abrir-se inteiramente, pois, como dizia o genial Nelson Rodrigues "Há coisas que o sujeito não confessa nem ao padre, nem ao psicanalista, nem ao médico e nem ao médium, depois de morto".
Ingenuidade parte 2
Na derrota do Atlético para o Fluminense, além dos gols perdidos por Marcelo e da eficiente atuação do tripé formado por Wágner, Conca e Fred, a inexperiência dos defensores no gol decisivo foi completa. Marcos Guilherme cercou, mas não bloqueou o ala Bruno, que cruzou a bola para a área, onde os zagueiros se posicionaram de lado, marcando a bola, enquanto Fred se ajeitava de frente, completamente livre de marcação para liquidar a fatura.
Santa ingenuidade da meninada atleticana, que mostra potencial, mas paga alto preço pelo aprendizado.
Algumas providências no setor defensivo devem ser tomadas por Claudinei Oliveira, tendo em vista a força ofensiva do Galo mineiro que vem com tudo no domingo. Quanto ao ataque, é preciso criar uma jogada para explorar a velocidade de Marcelo como no ano passado quando ele servia o artilheiro Éderson em vez de se apresentar como finalizador, seu ponto fraco.
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