O Atlético completa 87 anos neste sábado, mas comemora o aniversário amanhã, durante o reencontro apaixonante de sua torcida com o clube. Sem rixas e sem rachas, é um domingo para canto e encanto. Como disse o inspirado Zinder Lins, autor do hino, "hoje é dia de festa, vivam as nossas almas; para o menino Atlético, uma salva de palmas!".
O Atlético é diferenciado. Arrogante para alguns, contagiante para muitos. É um coração que pulsa desde o gandula que esconde a bola, até o presidente da Esperidião que xinga o bandeirinha. É uma loucura divertida, um amor contagiante, uma energia saudável.
O Atlético não tem e nunca terá dono, mas todo mundo se acha, seja ele fanático, ultra ou até mesmo um moderado torcedor. Teve, é bem verdade, líderes expressivos e revolucionários, o que é bem diferente. Jofre, Onaireves e Mário Celso Petraglia, por exemplo, foram presidentes de atitudes fortes, e que transformaram momentos difíceis em ações qualificadas, embora na essência haja um abismo de diferença entre eles.
Jofre Cabral e Silva tinha trânsito internacional, numa época em que a cidade era tímida, o Brasil atrasado e a tecnologia precária. Foi um advogado empreendedor, de coragem, espirituoso e puro. Compartilhava suas ambições e assim o fez no Curitibano e no Santa Mônica , sem inflar o ego, o que o diferencia muito. Jofre foi um estadista. Poderia haver paixão maior do que morrer do coração em um jogo do Atlético?
Por isso este clube é coração em todos os sentidos. A pressão arterial dos torcedores faz pulsar a vida rubro-negra sempre. Contrai e relaxa, relaxa e contrai. É um coração voltado para os feitos do presente e as glórias do passado, mas levemente inclinado à esquerda do peito o que significa ser mais progressista do que conservador.
Assim é este Atlético de Caju e Jackson; de Belini e Djalma Santos; de Sicupira e Zé Roberto; de Washington e Assis; de Oséas e Paulo Rink; de Kléberson, de Alex Mineiro e agora de Carlinhos Neves.
Neste dia de aniversário, nosso tributo ao professor Carrilho, a Soninha Nasser, e a tantos outros que partiram. Parabéns aos atleticanos que aqui estão, em especial a Lauro Rego Barros e a Marcos Malucelli, exemplos dignos de moralidade, ética e decência, virtudes sem as quais não vale a pena viver, mas que com elas vivendo, não há preço que as pague. Hoje é só alegria.
Amanhã é dia de comemoração e o maestro Paulo Baier volta a implorar ao torcedor rubro-negro, usando os versos do imortal Lupicínio: Volta! Vem viver outra vez ao meu lado; que eu não posso dormir sem teu braço, pois meu corpo está acostumado...
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