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Os fins de semana devem ser torturantes para quem fica em casa grudado na televisão. Depois de acompanhar notícias sobre explosões, homicídios, desabamentos, corrupção, enfim, sábado e domingo requerem a leveza de uma boa comédia. Mas, cá pra nós, o humor televisivo está uma chatice, uma zorra com belas produções e pouco conteúdo.

Chaplin, Cantinflas, Chico Anysio não só fazem falta como abrem espaços para o repetitivo Mr. Bean e outros xaropes bem produzidos. Cadê a espontaneidade de Tom Cavalcanti, o mais talentoso dentre os atuais comediantes?

No futebol também os dias tornaram-se mais sisudos pelos escândalos, descaso e a atual carência técnica da seleção brasileira. Perdemos também a graça que havia em dirigentes folclóricos como Pedroso de Moraes, Esperidião Ferez, Meneghel, Bicudo (onde anda Teodoro Valdomiro Arnoni?) e outros.

Sobra-nos nessa tragicomédia esportiva dos dias atuais, a possibilidade democrática da sátira. O que fizeram com o Coritiba na Paraíba foi uma traulitada. O bate e volta mais estranho do qual tenho conhecimento.

O desencanto do clube fica na proporção do turista que atravessa o Atlântico, é barrado na alfândega e volta sem sair do aeroporto. Esse mesmo Coritiba "A" que joga amanhã contra o Atlético "B" no campo de treinamentos do Paraná Clube.

A desfaçatez no futebol de hoje é tamanha, começando pelo medíocre presidente da CBF, que me fez lembrar a historinha do pronome indefinido: era uma vez quatro indivíduos que se chamavam "todos", "alguém", "cada um", e "ninguém". Existia um importante trabalho a ser feito e pediram a todos para fazê-lo. Todos tinha certeza de que alguém o faria. Cada um poderia tê-lo feito, mas na realidade ninguém o fez. Alguém se zangou pois era trabalho de todos. Todos pensou que cada um poderia tê-lo feito. E ninguém duvidava de que alguém o faria. No fim das contas, todos fizeram críticas a cada um porque ninguém tinha feito o que alguém poderia ter feito.

Moral da história: quando não existe comando, é prudente não alimentar a esperança de que alguém faça alguma coisa. Ou todos se unem por uma só causa que venha do fundo da alma – como as Diretas-Já (que começou aqui em Curitiba) e essa mobilização americana na caçada de Boston – ou continuaremos nessa zorra total e sem graça.

Bom humor a todos, independentemente da programação televisiva ou da vitória do clube do seu coração.

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