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O Atlético venceu e Adriano voltou a jogar o futebol. São os dois fatos que importam da partida do Furacão com o The Strongest. A forma como essas duas marcam foram atingidas deixou a desejar. O Atlético fez um primeiro tempo regular, mas o suficiente para chegar ao gol. No segundo, foi dominado pelos bolivianos, que só não empataram porque têm um time fraco. Faltou ao Atlético manter a posse de bola e Cléberson foi quase um 12º jogador do adversário. Adriano mal pegou na bola. Não dá para cobrar, mas havia expectativa de pelo menos uma finalização. No fim, fica o bom começo – do Atlético e de Adriano. E a certeza de que ambos vão dar mais na Libertadores.

Praga racista

Episódios como a perseguição racial da torcida do Real Garcilaso contra Tinga resgatam uma velha ideia ainda muito viva no futebol, de que a partir do momento em que você atravessa o portão do estádio, as normas sociais são relaxadas. É como se o ambiente do jogo desse a permissão para xingar, ofender, enganar, agredir. Vale para a arquibancada, vale para o campo. A ética do futebol é nojenta e alimentada pela impunidade.

A Conmebol já avisou que vai analisar o caso. Vindo da Conmebol, não dá para esperar muita coisa. Uma advertência, uma multa leve, nada além disso. É pouco. Atos racistas devem ser punidos com rigor. Se são cometidos pelo torcedor, que pague o clube. Ah, mas se o clube não estimulou, é injusto. Como controlar?

O discurso de que o clube não tem culpa nem como controlar é conveniente para quem comete o crime. Vai lá, se infiltra na multidão, faz som de macaco para desestabilizar o adversário e fica por isso mesmo. Não dá para ignorar que, mesmo sem estimular, o clube se beneficia por enfrentar em campo um oponente abalado emocionalmente. Entre deixar passar impunemente porque o clube não estimulou ou punir a equipe como um recado claro de que aquela atitude não é tolerada, melhor sempre a segunda opção. É um pouco injusto, mas paciência. E aqui estou falando de penas esportivas. A polícia tem o dever de investigar e punir criminalmente quem cometer o ato.

Em regra, funciona até melhor do que a Justiça Desportiva. Basta lembrar do caso Manoel. Pela Justiça Desportiva, Danilo corria risco de punição maior pela cusparada no atleticano do que pela ofensa racional. Na Justiça Comum, foi condenado a pagar uma multa. Um avanço.

Esportivamente, o racismo deveria ser equiparado a doping. O jogador que é flagrado pela primeira vez no antidoping pega uma pena pesada – o atleticano Rodolfo ficou um ano e meio parado, por exemplo. Em caso de reincidência, é banido. Deveria valer o mesmo para jogador que cometer ato racista em campo. Só assim o futebol começará a encarar de frente essa praga social e dos gramados.

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