Obras na maioria dos estádios, como o Mineirão, seguem em ritmo intenso: os palcos são o menor problema do Brasil na organização da Copa de 2014| Foto: Pedro Silveira/AFP

Fifa garante vigilância na organização

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, promete visitar as subsedes brasileiras a cada dois meses. O temor de ser passada para trás tem tomado conta da entidade responsável pelo futebol mundial, cansada de reclamar das adversidades en­­contradas no país. Na opinião do dirigente, 2012 será muito movimentado na caminhada à Copa do Mundo.

Em termos burocráticos, Valcke espera pela sanção da Lei Geral da Copa, documento que vai definir a legislação do Mun­dial. Depois de muito bate-boca, a Fifa será atendida na quase totalidade de suas intenções. A venda de bebidas alcoólicas será autorizada no torneio e a venda de meia-entrada terá limitações.

No segundo semestre, serão escolhidos o slogan e o mascote da Copa. O sorteio da primeira fase da Copa das Confederações será realizado em dezembro e as três vagas restantes, dos campeões da África, Europa e Oceania, serão ocupadas até o fim da temporada. A Fifa tem ainda de decidir se Salvador e Recife serão man­­tidas como subsedes do torneio de 2013 – Rio, Brasília, For­­taleza e Belo Horizonte estão confirmadas.

A partir de janeiro, o ex-jogador Ronaldo Fenômeno começará de verdade suas atividades no Comitê Organizador Local (COL). O artilheiro dos Mun­­diais foi escolhido pelo presidente da CBF e do COL, Ricardo Teixeira, para tomar a dianteira na organização da Copa 2014 depois que o dirigente viu seu nome virar alvo constante de críticas e acusações de corrupção. Ronaldo terá de provar que não está no cargo como fantoche de Teixeira e que tem competência para exercer a função. (SG)

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O Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, é um dos que já não conseguem atender à demanda
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É a última chance para o Brasil não fazer feio em 2014. O país ignorou a passagem do tempo. Quando caiu no seu colo a missão de receber a Copa do Mundo, tinha sete anos para trabalhar. Era 2007. Exagerou-se na morosidade, falou-se muito e trabalhou-se pouco. Ago­­ra, faltando um ano para a Copa das Confederações e dois até o prato principal, 2012 terá de ser o ano da infraestrutura.

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Estádios

A barreira menos dramática pa­­re­­ce ser a dos estádios. A responsabilidade, porém, aumenta à medida que a maioria tem previsão de conclusão para dezembro de 2012. Apenas Natal, Ma­­naus e São Paulo não se comprometeram com esse prazo.

A Arena da Baixada não será finalizada no ano que vem. Desde que os trabalhos foram iniciados, em 4 de outubro, apenas um buraco foi cavado. Faltava dinheiro para mergulhar de vez na reforma. A intenção do novo presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia, é intensificar o ritmo da obra para entregá-la em março de 2013.

O Beira-Rio, de Porto Alegre, é o favorito a atrasar. Questões burocráticas paralisaram a reforma por seis meses. Apesar de a cidade estar fora do evento-teste de 2013, a retomada precisa vir logo, até porque a Arena do Grêmio assume cada vez mais o papel de sombra.

Mobilidade

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As soluções urbanísticas foram apresentadas, mas quase nada saiu do papel. Não à toa, em passagem pela ca­­pital paulista, em novembro, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, chamou o trânsito local de "pesadelo".

Estão previstos R$ 12,4 bilhões para ruas, estradas, viadutos e transporte público. Até novembro, data da última fiscalização do governo federal, apenas R$ 2,4 bilhões haviam sido contratados efetivamente. Pior ainda: somente R$ 256 milhões foram gastos.

Em Curitiba, por exemplo, o projeto inicial apontava a conclusão das benfeitorias até o fim de 2012. Apenas um trecho do corredor metropolitano ficaria para o ano seguinte. Aos poucos, os planos foram mudando – leia-se, eram adiados. A última promessa feita por estado e prefeitura ao governo federal é de iniciar todas as obras em 2012. Finalização mesmo, espera-se apenas a da extensão da Linha Verde sul.

Duas obras importantes têm licitações previstas para o primeiro semestre: o corredor da Avenida Cândido de Abreu e a requalificação da Rodoferroviária e acessos.

Aeroportos

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Nem precisaria uma Copa para sobrecarregar os aeroportos brasileiros. A estrutura é incompatível com o movimento. Em 10 das 12 subsedes a demanda está acima da capacidade desde 2009. Recife e Salvador eram as exceções. Talvez por isso os terminais das duas cidades estejam na lista dos que ainda não haviam começado e ser reformados até setembro, ao lado de Belo Horizonte, Fortaleza e Manaus.

O Afonso Pena, em São José dos Pinhais, tem sido fechado à noite para a troca do asfalto da pista, execução de ranhuras e substituição das luminárias. Pelo cronograma, o trabalho segue até maio. Com as obras, o local poderá receber o ILS-3, sistema que permite manobras com baixa visibilidade.

A única inauguração prevista para 2012 é a do Augusto Severo, em Parnamirim, na Grande Natal. A Infraero anunciou em dezembro que a conclusão das obras foi adiada para maio.

Polêmica

Ponto polêmico nas obras da praça esportiva curitibana, a de­­sapropriação de 11 terrenos para a conclusão da Arena da Baixada precisa tomar um direcionamento final em 2012. As autoridades públicas prometem não desistir da empreitada; os moradores, por sua vez, garantem que baterão o pé por uma compensação justa. O clima vai esquentar.

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