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Luiz Salim Emed, vice-presidente do Atlético, segura a camisa do Coritiba, enquanto o vice de futebol coxa-branca, Ernesto Pedroso, faz o mesmo com a do Furacão | Lucas Pontes/Gazeta do Povo
Luiz Salim Emed, vice-presidente do Atlético, segura a camisa do Coritiba, enquanto o vice de futebol coxa-branca, Ernesto Pedroso, faz o mesmo com a do Furacão| Foto: Lucas Pontes/Gazeta do Povo

Depois de anunciar ontem um patrocinador em comum, Atlético e Coritiba estão prontos para dar o próximo passo para uma importante união extracampo. Ousada, a iniciativa encerra uma longa temporada em que a rivalidade extrapolou campos e arquibancadas.

Paraná lamenta ficar fora do patrocínio da TIM

Um dos primeiros projetos já tem data para começar. Para o Brasileiro, os dois departamentos de marketing preparam uma espécie de desafio que espera mexer diretamente com a paixão dos torcedores. A ideia é desafiar coxas e atleticanos a aderirem aos planos de sócios de seus clubes. Ganha quem tiver mais novas associações no período.

Outra iniciativa que deve apresentar os resultados brevemente é a busca por parceiros para os clubes de vantagens dos associados. "É muito mais fácil você trazer o comerciante para o clube trabalhando com as duas marcas", explicou Mauro Holzmann, diretor de marketing do Atlético.

Depois de vencer as eleições no Coritiba, o presidente Rogério Bacellar garantiu que reabriria o diálogo com os presidentes de Atlético e Paraná. O primeiro encontro aconteceu há cerca de dez dias, em um jantar que reuniu Bacellar e Mario Celso Petraglia, mandatário Rubro-Negro. Os resultados começam a aparecer.

O primeiro deles já tomou até forma. Um acordo com a TIM, que vai estampar sua marca nos números das camisas da dupla, vai render para cada um o valor de R$ 1 milhão pelo contrato de um ano. Além disso, diversas ações conjuntas serão tocadas pelos clubes, com apoio da empresa de telefonia.

Os dirigentes tentam, por exemplo, a renovação de contrato com a Caixa. Hoje os times paranaenses recebem R$ 6 milhões por mês, bem menos do que outras equipes como Corinthians (R$ 31 milhões), Flamengo (R$ 25 milhões) e Vasco (R$ 15 milhões). Os clubes pleiteiam um reajuste nos valores. Já houve um primeiro encontro em conjunto e a iniciativa agradou o banco.

Para avançar nessas conversas, no entanto, o Alviverde precisa conseguir a Certidão Negativa de Débitos e tem enviado representantes a Brasília, especificamente à Receita Federal, com objetivo de renegociar seus débitos.

Para Holzmann, a união dos clubes em questões como essa tende a mudá-los de patamar. "Queremos fazer ações estratégicas que ajudem os dois clubes a fortalecerem suas finanças e suas imagens. O Atlético e o Coritiba, sozinhos, são médios. Juntos são muito grandes".

André Macias, integrante do G5 Alviverde, garante que em campo o "bicho vai pegar". Mas que fora dele a união é a saída. "Nos 90 minutos a gente não tem ingerência. Ali, a gente vai se matar, querer ganhar do Atlético sempre. Fora dali, se não se unirem, não vão crescer".

O vice-presidente do Atlético, Luiz Salim Emed, diz acreditar que a parceria informal fora dos gramados pode ser um marco na história dos clubes. "O curitibano não consegue olhar e cuidar da própria horta. Ele prefere olhar a horta do vizinho para ver se a dele está pior. Esse tempo passou", disse. Emed entende que o bom clima diretivo pode repercutir também na harmonia entre os torcedores.

Apesar de o Paraná ser visto como um parceiro em potencial para um futuro próximo, em um primeiro momento as ações serão concentradas apenas na dupla Atletiba.

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