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O novo sucesso do rei Roberto Carlos que dá título a esta coluna e embala o romance dos personagens de Rodrigo Lombardi e Nanda Costa na novela Salve Jorge da Rede Globo é também a música tema do cada vez mais provável retorno de Luiz Felipe Scolari ao comando da seleção brasileira.

O treinador campeão do mundo na Copa do Japão e da Coreia do Sul há pouco mais de dez anos, em clima de reconciliação, não disfarça que é "o cara que pensa em você toda hora". O pai da noiva, no caso o presidente da CBF José Maria Marín, nem esperou o ex-amor – Mano Menezes – dar as costas e já prometeu a mão da noiva. Ou seja, sem empecilhos de ambas as partes, teremos casamento à vista. Para logo, em janeiro, tão logo a dona CBF termine de organizar a festa.

Confirmada todas as evidências, Felipão, 64 anos, volta embalado pelo amparo popular, como reforçam as enquetes espalhadas pelo país. Prestígio que lhe garantirá certa dose de paciência na tentativa de implantar, a menos de 18 meses do Mundial no Brasil, a segunda versão da Família Scolari. O enredo não deixa de ser parecido.

Tempo para reformular alguns conceitos que o antecessor não teve condições de consolidar. Com Felipão – e o indefectível Murtosa ao seu lado – cai por terra a ideia de jogar sem centroavante. Teremos, sim, um legítimo 9 ao lado de Neymar. Ponto para o tricolor Fred que, neste momento, atravessa melhor fase do que os concorrentes Leandro Damião e Alexandre Pato.

Daí para trás, a cartilha Felipão preza por um volante mais marcador, diminuindo a possibilidade de Ramires e Paulinho jogarem juntos. Na defesa, o velho gaudério não hesitará em escalar três zagueiros se a necessidade assim apontar. E tome marcação, cruzamentos na área e muito, mas muito "comprometimento" com a causa. Esse é Luiz Felipe Scolari, para o bem ou para o mal.

Nada que estregue o clima lua de mel. Afinal, na busca por apagar os recentes insucessos da carreira e, melhor, se isolar como o único bicampeão do mundo como treinador pela seleção (e o único dentro do Brasil), Felipão quer mostrar que ainda é "o herói esperado por toda mulher", como diria em melodia o rei.

Furacão 2013

A Segundona acabou com festa rubro-negra. Merecidíssimo. Agora, passado o martírio e de volta à Primeira Divisão, o Atlético gigante idealizado e prometido por Mario Celso Petraglia tem de sair do papel. O Furacão, podendo usar o novo caldeirão em pelo menos parte de 2013, precisa fazer bonito entre os grandes. Só assim a proposta de dar o mundo aos atleticanos ganhará musculatura suficiente para sair da alça de mira das simples promessas eleitorais.

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