O órgão máximo da Fórmula 1 propôs a adoção de medidas radicais para diminuir os gastos na categoria, incluindo o eventual uso de um único modelo de motor a partir de 2010 - as medidas visam ajudar as equipes a sobreviverem à atual crise no sistema financeiro global.

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Em uma carta enviada aos dez chefes de equipe da categoria antes de um encontro na próxima semana, em Genebra, com Max Mosley, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), a entidade apresentou um plano de ação de cinco anos. A Reuters teve acesso à carta.

"A FIA acredita que os custos envolvidos na Fórmula 1 são insustentáveis", afirmou o documento.

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"Mesmo antes dos problemas com a crise financeira global, as equipes gastavam muito mais do que arrecadavam."

"Como resultado, as equipes independentes são hoje dependentes da boa vontade de pessoas ricas, ao passo que as equipes de montadoras dependem da contribuição maciça de suas empresas afiliadas", disse a carta.

"Atualmente, há um perigo real de que, em alguns casos, esses subsídios deixem de ser fornecidos", acrescentou a FIA.

"Isso poderia resultar em uma redução no número de competidores, o que ampliaria o número de vagas já existentes, hoje duas, e reduziria o grid de largada para um número inaceitável de veículos."

O órgão, com sede em Paris, disse que a categoria só poderia ser saudável se uma equipe conseguisse ser competitiva com um orçamento próximo dos rendimentos auferidos junto ao detentor dos direitos comerciais.

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A Super Aguri, patrocinada pela Honda, deixou de competir após o Grande Prêmio da Espanha, em abril, ao passo que a chegada da equipe Prodrive acabou não se materializando.

A ex-campeã Williams, que registrou um prejuízo de 21,4 milhões de libras (37,54 milhões de dólares) no ano passado e que conta com o patrocínio do banco britânico RBS, hoje em dificuldades, e de empresas de propriedade da islandesa Baugur, também em crise, é atualmente a única equipe que não possui o patrocínio nem de uma montadora de veículos nem de um bilionário.

Futuro Incerto

No entanto, mesmo o futuro de equipes de montadoras começou a ser colocado em dúvida em meio a um cenário que inclui a demissão de funcionários por parte de fábricas, uma queda acentuada no valor de ações e o encolhimento do volume de vendas.

Tais equipes, como a Toyota, possuem orçamentos anuais que estariam deficitários em 400 milhões de dólares.

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A FIA, que deve se reunir com a Associação de Equipes de Fórmula 1 depois do Grande Prêmio da China, a ser realizado no domingo, apresentou três propostas para o período que vai de 2010 a 2012.

A primeira seria a adoção de um motor produzido por um único fornecedor. Depois da escolha desse motor, os atuais fabricantes de motores poderiam construir suas próprias versões seguindo o mesmo modelo.

Outra opção seria fazer com que um consórcio de equipes adquirisse um motor de baixo custo de um único fornecedor. Uma terceira alternativa, proposta pela Fota, sugere que equipes independentes recebam o conjunto propulsor (motor e caixa de câmbio) pagando menos de 5 milhões de euros (6,83 milhões de dólares) por equipe, por temporada.

Essa última proposta incluiria ainda 30 mil quilômetros de teste e assistência na pista.

Para 2013, a entidade afirmou desejar ver a adoção de um conjunto propulsor "moderno e de alta tecnologia," dotado de um motor mais compacto que use sistemas de recuperação da energia despendida na exaustão e na forma de calor.

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