O Ministério Público de São Paulo pediu para que o jogo entre Palmeiras e Atlético tivesse a presença somente de torcedores do time paulista. A decisão foi acatada pelo Rubro-Negro que, na manhã desta quarta-feira, anunciou que abrirá mão dos ingressos destinados ao clube para a partida no Allianz Parque. O jogo no domingo é válido pela última rodada do Brasileirão e, se não vencer, o time da casa pode ser rebaixado.
O MP utilizou o argumento da "política de prevenção" para convencer os presidentes de Palmeiras e Atlético sobre o risco envolvido no duelo. Em entrevista à Gazeta do Povo, o promotor Paulo Castilho confirmou ter conversado com Paulo Nobre, mandatário da equipe paulista, sugerindo a adoção da torcida única no estádio alviverde. "Ele [Nobre] se comprometeu a repassar nossa preocupação ao presidente [Mario Celso Petraglia, do Atlético], para ver se ele se sensibilizava com a situação", contou.
Castilho citou algumas particularidades do Allianz Parque para expressar seu temor. "A arena não tem nenhuma barreira de contenção. O torcedor é passional, então temos de prever o pior", justificou. "A preocupação é com a prevenção. Não adianta esperar todo mundo se machucar, alguém morrer, para tomar medidas de repressão. A vida e a integridade física não tem preço e essa filosofia deve ser adotada no futebol", reforçou o promotor. O Palmeiras não vai comercializar a carga de ingressos dos visitantes por conta, como fez o Coritiba antes do Atletiba do segundo turno, por exemplo. É provável que os lugares disponíveis sejam oferecidos para os próprios torcedores do time paulista.
Além da recomendação do Ministério Público, o Atlético também abriu mão dos ingressos motivado pela aliança das organizadas de Palmeiras e Vasco. No ano passado, atleticanos e vascaínos protagonizaram uma briga generalizada em Joinville, também em partida da última rodada do Brasileiro.
Outras medidas
O Ministério Público de São Paulo chegou a pedir à CBF que o jogo fosse transferido para o Pacaembu porque temia confusões em caso de rebaixamento palmeirense. O jogo terá policiamento reforçado para evitar tumultos. Haverá um aumento no número de homens na operação, tanto PMs quanto profissionais particulares. Além disso, policiais ficarão no gramado para evitar invasões. No jogo de estreia da arena, essa função coube apenas aos stewards (seguranças particulares).
O Ministério Público ainda sugeriu a criação de uma barreira nos arredores do estádio que impeça a entrada de quem não tiver ingresso, além da separação dos setores das arquibancadas do estádio para evitar acúmulo de torcedores perto do campo.
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