O pior já passou para o Coritiba?
O Ney Franco recuperou moralmente o time. Trabalhou muito bem o lado psicológico dos jogadores, desde a vitória contra o Palmeiras. Além disso, há uma clara evolução tática. Agora, tecnicamente ainda está carente. Vai ter dificuldades até o fim. Existe uma forte luz no fim do túnel, mas a situação segue difícil. No próximo domingo já tem o Grêmio, em Porto Alegre, pela frente. Complicado. Mas melhorou muito.
Vou fazer um trocadilho com a pergunta: o melhor aconteceu. Não tem como prever o futuro com um time tão instável, mas as três vitórias consecutivas criaram uma boa atmosfera, trouxeram algo importantíssimo para o clube, a autoconfiança. Eu digo que o Coritiba adquiriu confiança para um desfecho de campeonato complicado. Algo importante.
Sim, mas não pode baixar a guarda. Tenho a impressão de que o Ney Franco percebeu as limitações do time. O Coritiba não joga mais no embalo da torcida, que quer ataque sempre. O time joga mais fechado, esperando a bola do jogo. Isso é um grande alento. O técnico conseguiu ajustar a equipe para essa árdua briga contra o rebaixamento.
Em meio à briga contra o rebaixamento uma eleição no Paraná atrapalha?
Atrapalha! O Paraná virou um clube político-emocional. Não tem planejamento, estrutura, fica sensível à vaidade e o humor de alguns dirigentes. Até o Fernando Diniz entrou nessa e disse que só fica no clube se determinado grupo vencer a eleição. Foi uma pena a derrota para o Ceará, poderia trazer paz para esse ambiente confuso.
Pelo contrário. A diretoria atual, que tenta se manter no comando do clube, fará de tudo para evitar esse desgaste. A eleição será em setembro, bem antes do final da Série B, mas entrar na zona de rebaixamento pode ser fatal para as pretensões políticas. O time é o retrato da gestão atual e o futebol vai pautar a eleição. Tudo será feito para evitar algum constrangimento, para a sorte da torcida.
Tenho a impressão de que não. O futebol e a política do Paraná estão distantes. Existe uma anestesia na vida política do clube. Imagino que o pessoal da bola esteja na torcida pelo pessoal que comanda o clube hoje, pois existe um clima de estabilidade econômica muito bom. A eleição vai correr em uma linha paralela à disputa em campo.
O técnico do Atlético está certo em fazer rodízio de jogadores?
Isso é um absurdo. Coisa de técnico e dirigente brasileiros. Jogador que não pode fazer duas partidas na semana precisa rever seus conceitos de profissionalismo. O elenco do Atlético é de médio para fraco, não tem como se dar ao luxo de poupar atletas como Walter e Marcos Guilherme. O clube precisa se empenhar para vencer em todos os jogos, em respeito à torcida. Essa escolha pela Sul-Americana também é um risco. Não sei se o clube tem cacife para vencer. Deveria brigar por todas as vitórias com sua força máxima. E os frutos seriam consequência desse empenho jogo a jogo
De forma alguma. Jogador de futebol tem de entrar em campo quarta e domingo, sem problema algum. Essa mentalidade de poupar atletas é superada e se baseia em uma realidade longe da nossa. Mesmo na Europa, poucos clubes conseguem se dar a esse luxo. O Atlético tem bons jogadores no time titular, mas o elenco é pobre. Faz o seguinte: treina menos e joga mais. Pronto, evita o tal desgaste.
Não concordo, especialmente quando as partidas ocorrem em localidades sem grandes deslocamentos. Se a partida fosse em Belém, ok. Evita o desgaste. O jogador gosta de jogar. E disputar uma partida pode ajustar o entrosamento da equipe. Essa lógica de poupar atletas parte do equívoco europeu. Lá também se disputa competições paralelas com a força máxima.
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