Uma conversa entre dois porteiros de uma das entradas da sede da Kennedy já indicava o que seria confirmado minutos depois na reunião do Conselho Deliberativo do Paraná: o valor da dívida do clube, de acordo com o resultado de uma auditoria, é de R$ 62 milhões. “Mas tem clube que deve mais de R$ 300 milhões”, questionava um dos funcionários no bate-papo do lado de fora.
Um dos maiores problemas do clube é a dívida com o empresário Leo Rabelo, por causa do caso Thiago Neves. A Justiça aceitou que o Ninho da Gralha, avaliado em R$ 14 milhões, seja usado para quitar esse débito. Como o empresário cobrava inicialmente R$ 30 milhões, caso o imóvel seja vendido por um valor maior, segundo a auditoria feita pelo clube, o restante do dinheiro também vai para Rabelo.
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Os outros desafios do Paraná são a ação da empresa BASE, responsável por criar o Ninho da Gralha em 2008, que está em torno de R$ 10 milhões, e a dívida com o Banco Central, resultado de antigas transferências de jogadores para o exterior sem o devido pagamento de impostos, que hoje custa ao clube também cerca de R$ 12 milhões.
Os atrasos de salário estão incluídos nesse valor de R$ 62 milhões, mas podem fazer essa quantia crescer se não forem resolvidos logo. Uma prova disso é que as ações trabalhistas do Tricolor, caso fossem pagas hoje, custariam também em torno de R$ 12 milhões ao clube.
Os integrantes do Conselho Deliberativo deveriam ter discutido em reunião nesta última quinta-feira a taxa que cada um iria contribuir a mais para ajudar o clube. Porém, como o encontro se alongou até o fim da noite, o debate mais detalhado sobre o assunto foi adiado.