As autoridades norte-americanas não encontraram má conduta na organização da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, mas manterão o torneio sob investigação. A declaração foi dada pela procuradora-geral dos EUA, Loretta E. Lynch, em entrevista na manhã desta quarta-feira (27) sobre a operação de combate à corrupção no futebol que resultou na prisão de sete dirigentes, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin, e no indiciamento de outros dois, além de cinco executivos de empresas ligadas ao futebol.
“Nenhuma conduta imprópria relacionada a 2014 [foi encontrada], mas faz parte do processo de investigação. As investigações vão continuar e abordar todos os aspectos do jogo”, afirmou Lynch.
A procuradora-geral dos EUA afirmou ainda que o Departamento de Justiça do país está “determinado a acabar com a corrupção no mundo do futebol”. “Os detidos utilizaram suas posições de confiança para pedir subornos em troca dos direitos comerciais, e o fizeram várias vezes, ano após ano, torneio após torneio”, afirmou Lynch, ao lado do diretor do FBI, James B. Comey.
Segundo os EUA, as investigações contêm acusações a respeito de pagamento de suborno do contrato da CBF com “uma grande marca esportiva americana”. Também cita pagamentos de contratos relacionados à Copa do Brasil, competição anual organizada pela entidade, e à Libertadores, pela Conmebol.
Além de Marin, foram detidos também Jeffrey Webb, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueredo e Rafael Esquivel. Eles participariam do congresso da Fifa e da eleição da entidade, que ocorre nesta sexta (29).
Os detidos devem ser extraditados para os Estados Unidos, onde a Procuradoria de Nova York faz a investigação. Os procuradores, durante coletiva à imprensa em Nova York, confirmou que a escolha do Brasil como sede da Copa de 2014 será apurada, mas não deu mais detalhes porque as investigações ainda estão em andamento. “Não podemos falar mais sobre isso”, afirmaram.
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