Vestiário
"Atitude diferente" motiva alviverdes para recuperação
A derrota no clássico, curiosamente, encheu de confiança os jogadores do Coritiba para a luta contra o rebaixamento. O motivo para essa mudança foi uma "atitude diferente" que o time demonstrou ontem, o que não vinha ocorrendo nas partidas anteriores, quando visivelmente esteve cabisbaixo, sentindo a dificuldade do momento.
"O mais importante é que buscamos a vitória, tivemos uma atitude diferente, fomos guerreiros. A situação é ruim e ninguém que estar assim. Em todas as situações nos cobramos e comprometimento não falta", comentou o meia Lincoln, que substituiu Alex ontem.
Esse comportamento diferente foi referendado pelo técnico Péricles Chamusca, que inclusive elegeu o nervoso lateral-esquerdo Escudero como fundamental. "Ele tem um temperamento de guerreiro e queremos esse tipo de atleta no grupo", comentou, isentando o atleta de culpa na expulsão. "O segundo amarelo nem foi falta", reclamou.
Com base nisso que o treinador já faz um apelo para a torcida coxa-branca para ir em peso ao Couto Pereira na quarta-feira no jogo contra o Santos, às 19h30. "Com o jogo que fizemos, com certeza teremos o torcedor junto com a gente no Couto Pereira. O torcedor quer luta, espírito,e isso apresentamos hoje [ontem] e a torcida vai estar mobilizada para nos apoiar", espera Chamusca.
O Coritiba é disparado o pior time do segundo turno do Brasileirão. Ao perder mais uma, dessa vez para o Atlético por 2 a 1, ontem, na Vila Capanema, emendou sete jogos sem vencer. O reflexo prático disso é que a zona do rebaixamento segue se aproximando. Agora apenas dois pontos separam a equipe coxa-branca da turma dos desesperados segue com 31 na 15.ª colocação.
A situação é tão perigosa que, dependendo dos resultados, o Alviverde pode entrar na ZR na próxima rodada. Se perder para o Santos na quarta-feira, precisará torcer contra São Paulo e Vasco se os dois vencerem, entra na região da degola.
Essa situação é culpa do rendimento pífio do time na segunda parte do campeonato. Dos sete jogos, empatou três vezes e perdeu as outras quatro. Com 14% de aproveitamento, é o único clube que não venceu nas sete rodadas do returno. E pensar que fechou a primeira parte do Nacional na 8.ª posição.
"Só dentro de campo que podemos reverter isso. Os culpados somos nós jogadores e só nós poderemos tirar o time dessa situação. Agora só teremos final pela frente", analisou o volante Gil. No curto prazo, essas finais são contra o Santos, no Couto Pereira, e contra Vitória e Ponte Preta, ambos fora de casa.
O técnico Péricles Chamusca, que realizou o segundo jogo dele à frente do Coritiba, ainda não conseguiu o "fato novo" que a diretoria esperava ao mudar o comando técnico de lá para cá, três jogos e três derrotas.
Apesar disso, o treinador demonstra estar confiante de que seus comandados ainda responderão positivamente nas 12 rodadas que restam. Confiança que aumentou na derrota para o Furacão. Ele viu pontos positivos.
"Analisando o que o time apresentou hoje [ontem], mudou o espírito, a atitude e tivemos melhor qualidade de jogo. Coisas que não notamos no último jogo. Fiquei satisfeito com isso", disse. "O alerta está aceso, mas estamos construindo as coisas pouco a pouco e vamos começar a somar pontos. Não tem mágica", completou.
A esperança de Chamusca segue a mesma do demitido Marquinhos Santos: reforços do departamento médico. Para enfrentar o Peixe, terá o zagueiro Leandro Almeida e o volante Júnior Urso de volta. Sem contar o retorno de Alex, que ficou de fora do clássico devido a uma luxação no dedo mínimo do pé direito.
Em compensação, vai continuar sem o atacante Deivid, que não tem previsão de volta. E ainda terá de improvisar na defesa, já que Chico recebeu o terceiro cartão amarelo e Escudero foi expulso.
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