A renúncia de Joseph Blatter abriu um inesperado e incerto processo eleitoral na Fifa, que deve ocorrer entre dezembro deste ano e março de 2016. Sem favoritos, a disputa pela presidência da entidade já começa a mobilizar nomes de peso - ou ainda desconhecidos - do futebol mundial. Gente com eleições da Fifa no currículo, gente com vivência dentro da própria entidade e gente que pode estrear em uma disputa pelo voto logo no mais alto cargo do futebol mundial. Veja alguns possíveis candidatos:
Os opositores
Príncipe Ali bin al-Hussein
Quem é: Príncipe da Jordânia, presidente da Federação de seu país e ex-vice-presidente da Fifa. Foi candidato contra Blatter na eleição deste ano.
A favor: Com 73 votos, impôs a Blatter a humilhação de disputar o segundo turno da eleição da Fifa - do qual abriu mão de disputar. É o nome com maior potencial de atrair os descontentes.
Contra: Não tem apoio dentro da sua confederação, a asiática. Dificilmente manterá os votos que atraiu da Europa, que provavelmente lançará ao menos um candidato.
Michel Platini
Quem é: Ex-jogador francês, atual presidente da Uefa e vice-presidente da Fifa.
A favor: Lidera a associação continental mais poderosa e rica do planeta. Mesmo sem ser candidato, acabou saindo como o grande antagonista a Blatter.
Contra: Admitiu ter votado no Catar para sede da Copa de 2022 - processo investigado sob suspeita de frase. Na Uefa, mantém a política expansionista para atrair os pequenos. A mesma que fez de João Havelange presidente da Fifa e sustentou o reinado de Blatter.
Zico
Quem é: Técnico de futebol, ex-jogador do Flamengo e da seleção brasileira. Revelou a intenção de se candidatar.
A favor: Carrega a imagem de honestidade que a Fifa tanto necessita para sofrer uma reforma profunda.
Contra: Tem no currículo o fato de ter sido ministro do governo Collor. Suas experiências administrativas no esporte pararam no meio do caminho.
David Gill
Quem é: Ex-chefe executivo do Manchester United e vice-presidente da Fifa.
A favor: A trajetória de sucesso como principal executivo do Manchester United e o fato de ter renunciado ao seu cargo na Fifa por discordar da reeleição de Blatter mesmo diante do esquema de corrupção.
Contra: Pelo perfil, acabaria despertando nas confederações menores esportivamente, porém com muitos votos (Ásia e África) o temor de uma gestão eurocêntrica.
David Ginola
Quem é: Ex-jogador francês.
A favor: Primeiro a se anunciar candidato após a renúncia de Blatter, tem a experiência nos gramados como principal trunfo.
Contra: Tentou emplacar sua candidatura já na eleição deste ano… apoiada por uma casa de apostas. Desistiu por não conseguir o número mínimo de adesões.
Luís Figo
Quem é: Ex-jogador da seleção portuguesa, Barcelona, Real Madrid e Internazionale.
A favor: Marcou posição firme contra a Fifa ao apontar toda a sujeira que viu ao longo do processo da sua candidatura a presidente, retirada duas semanas antes da eleição.
Contra: Não tem experiência administrativa e não conseguiu apoio suficiente para levar sua candidatura até o fim.
Michael Van Praag
Quem é: Presidente da Federação Holandesa.
A favor: Comanda uma federação rentável, sem suspeitas de desvios éticos e com um projeto bem claro de desenvolvimento do futebol.
Contra: Retirou a candidatura às vésperas da eleição por não conseguir apoio nem mesmo dentro da Uefa para evitar um fiasco nas urnas.
Jérôme Champagne
Quem é: Diplomata francês e consultor de futebol internacional, foi diretor da Fifa entre 1999 e 2010.
A favor: É um dos mais duros críticos internacionais à maneira como a Fifa foi conduzida nos últimos anos.
Contra: Foram 11 dos 17 anos da era Blatter dentro da Fifa. Difícil dissociar sua imagem da do futuro ex-presidente.
A turma de Blatter
Jérôme Valcke
Quem é: Secretário-geral da Fifa.
A favor: Conhece a entidade profundamente, participou ativamente da organização das últimas Copas e tem trânsito com a maioria das federações da Ásia, da África e da América.
Contra: É a cara da Fifa atual que todos querem sepultar. Fora o risco de ser indiciado - e preso - por participação em esquemas de corrupção.
Sheik Ahmad Al-Fahad Al-Sabah
Quem é: Político kwaitiano, presidente do Conselho Olímpico da Ásia, vice-presidente do COI e membro do Comitê Executivo da Fifa.
A favor: Foi o principal apoiador da campanha vitoriosa de Thomas Bach a presidente do Comitê Olímpico Internacional e tem potencial para catalizar votos da Ásia.
Contra: Apoiou fortemente Blatter na eleição ao quinto mandato.
Issa Hayatou
Quem é: Vice-presidente da Fifa e presidente da Confederação Africana.
A favor: Sob seu comando, o continente africano ganhou peso político, organizou uma Copa do Mundo e recebeu mais vagas no torneio. Pode vender o mesmo sonho para outras regiões.
Contra: É o primeiro vice de Blatter e chegou a receber uma reprimenda formal do COI por participar do escândalo que quebrou a empresa de marketing esportivo ISL.
Lydia Nsekera
Quem é: Primeira mulher eleita para o Comitê Executivo da Fifa em 2013, membro do COI desde 2009 e ex-presidente da Federação do Burundi.
A favor: Mulher, negra e africana, sua figura simbolizaria uma guinada brutal no comando do futebol mundial.
Contra: Uma eventual candidatura poderia soar como uma tentativa da Fifa de dar verniz moderno à velha cara da entidade.
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