A Fifa deve escolher o novo presidente somente no fim de 2015.| Foto: Philipp Schmidli/Getty Images

A renúncia de Joseph Blatter abriu um inesperado e incerto processo eleitoral na Fifa, que deve ocorrer entre dezembro deste ano e março de 2016. Sem favoritos, a disputa pela presidência da entidade já começa a mobilizar nomes de peso - ou ainda desconhecidos - do futebol mundial. Gente com eleições da Fifa no currículo, gente com vivência dentro da própria entidade e gente que pode estrear em uma disputa pelo voto logo no mais alto cargo do futebol mundial. Veja alguns possíveis candidatos:

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Os opositores

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Príncipe Ali bin al-Hussein

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Bin A-Hussein durante o Congresso em que foi derrotado por Blatter. 

Quem é: Príncipe da Jordânia, presidente da Federação de seu país e ex-vice-presidente da Fifa. Foi candidato contra Blatter na eleição deste ano.

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A favor: Com 73 votos, impôs a Blatter a humilhação de disputar o segundo turno da eleição da Fifa - do qual abriu mão de disputar. É o nome com maior potencial de atrair os descontentes.

Contra: Não tem apoio dentro da sua confederação, a asiática. Dificilmente manterá os votos que atraiu da Europa, que provavelmente lançará ao menos um candidato.

Michel Platini

Platini: oposição a Blatter e apoio mal explicado ao Catar. 

Quem é: Ex-jogador francês, atual presidente da Uefa e vice-presidente da Fifa.

A favor: Lidera a associação continental mais poderosa e rica do planeta. Mesmo sem ser candidato, acabou saindo como o grande antagonista a Blatter.

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Contra: Admitiu ter votado no Catar para sede da Copa de 2022 - processo investigado sob suspeita de frase. Na Uefa, mantém a política expansionista para atrair os pequenos. A mesma que fez de João Havelange presidente da Fifa e sustentou o reinado de Blatter.

Zico

Zico em campanha pelo tucano Aécio Neves, em 2014. 

Quem é: Técnico de futebol, ex-jogador do Flamengo e da seleção brasileira. Revelou a intenção de se candidatar.

A favor: Carrega a imagem de honestidade que a Fifa tanto necessita para sofrer uma reforma profunda.

Contra: Tem no currículo o fato de ter sido ministro do governo Collor. Suas experiências administrativas no esporte pararam no meio do caminho.

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David Gill

David Gill: passagem-relâmpago pela Fifa. 

Quem é: Ex-chefe executivo do Manchester United e vice-presidente da Fifa.

A favor: A trajetória de sucesso como principal executivo do Manchester United e o fato de ter renunciado ao seu cargo na Fifa por discordar da reeleição de Blatter mesmo diante do esquema de corrupção.

Contra: Pelo perfil, acabaria despertando nas confederações menores esportivamente, porém com muitos votos (Ásia e África) o temor de uma gestão eurocêntrica.

David Ginola

David Ginola: apoio pouco apropriado para mudar o futebol. 
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Quem é: Ex-jogador francês.

A favor: Primeiro a se anunciar candidato após a renúncia de Blatter, tem a experiência nos gramados como principal trunfo.

Contra: Tentou emplacar sua candidatura já na eleição deste ano… apoiada por uma casa de apostas. Desistiu por não conseguir o número mínimo de adesões.

Luís Figo

Luís Figo: candidatura retirada pouco antes da eleição. 

Quem é: Ex-jogador da seleção portuguesa, Barcelona, Real Madrid e Internazionale.

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A favor: Marcou posição firme contra a Fifa ao apontar toda a sujeira que viu ao longo do processo da sua candidatura a presidente, retirada duas semanas antes da eleição.

Contra: Não tem experiência administrativa e não conseguiu apoio suficiente para levar sua candidatura até o fim.

Michael Van Praag

Van Praag na chegada ao Congresso da Fifa: bom trabalho na Holanda. 

Quem é: Presidente da Federação Holandesa.

A favor: Comanda uma federação rentável, sem suspeitas de desvios éticos e com um projeto bem claro de desenvolvimento do futebol.

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Contra: Retirou a candidatura às vésperas da eleição por não conseguir apoio nem mesmo dentro da Uefa para evitar um fiasco nas urnas.

Jérôme Champagne

O dissidente Jérôme Champagne esteve na Fifa em 11 dos 17 anos da era Blatter. 

Quem é: Diplomata francês e consultor de futebol internacional, foi diretor da Fifa entre 1999 e 2010.

A favor: É um dos mais duros críticos internacionais à maneira como a Fifa foi conduzida nos últimos anos.

Contra: Foram 11 dos 17 anos da era Blatter dentro da Fifa. Difícil dissociar sua imagem da do futuro ex-presidente.

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A turma de Blatter

Jérôme Valcke

Jérôme Valcke é o braço direito de Blatter e tem contra si suspeitas de participação em atos ilícitos. 

Quem é: Secretário-geral da Fifa.

A favor: Conhece a entidade profundamente, participou ativamente da organização das últimas Copas e tem trânsito com a maioria das federações da Ásia, da África e da América.

Contra: É a cara da Fifa atual que todos querem sepultar. Fora o risco de ser indiciado - e preso - por participação em esquemas de corrupção.

Sheik Ahmad Al-Fahad Al-Sabah

Al-Sabah: decisivo na eleição do COI e na da Fifa. 
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Quem é: Político kwaitiano, presidente do Conselho Olímpico da Ásia, vice-presidente do COI e membro do Comitê Executivo da Fifa.

A favor: Foi o principal apoiador da campanha vitoriosa de Thomas Bach a presidente do Comitê Olímpico Internacional e tem potencial para catalizar votos da Ásia.

Contra: Apoiou fortemente Blatter na eleição ao quinto mandato.

Issa Hayatou

Hayatou com Blatter, de quem é o primeiro vice-presidente: continuidade na mudança. 

Quem é: Vice-presidente da Fifa e presidente da Confederação Africana.

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A favor: Sob seu comando, o continente africano ganhou peso político, organizou uma Copa do Mundo e recebeu mais vagas no torneio. Pode vender o mesmo sonho para outras regiões.

Contra: É o primeiro vice de Blatter e chegou a receber uma reprimenda formal do COI por participar do escândalo que quebrou a empresa de marketing esportivo ISL.

Lydia Nsekera

Lydia: guinada radical no perfil presidencial. 

Quem é: Primeira mulher eleita para o Comitê Executivo da Fifa em 2013, membro do COI desde 2009 e ex-presidente da Federação do Burundi.

A favor: Mulher, negra e africana, sua figura simbolizaria uma guinada brutal no comando do futebol mundial.

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Contra: Uma eventual candidatura poderia soar como uma tentativa da Fifa de dar verniz moderno à velha cara da entidade.