Ao escutá-lo pela primeira vez, fica-se na dúvida: é português? De onde é esse outro gringo coxa-branca? O sotaque angolano engana, mas logo tudo passa a ser entendido. Mesmo assim, não tem problema: Geraldo fala direitinho a língua do futebol. Que o diga o zagueirão Manoel, grande revelação atleticana, que só viu a ginga do rival no segundo gol do clássico.
Geraldo estava no banco, apenas sonhando entrar na partida. "Imagina se eu fazer (sic) o gol nesse momento, o que será de mim?", contou após a vitória por 2 a 0. O gol do título foi dele. "Sinceramente, é muito importante", fala, com humildade de quem atravessou o Oceano Atlântico para jogar futebol. "Conquistei o que sempre sonhei para a minha carreira. Batalhei muito para chegar aqui". Ele chegou ano passado, mas não pôde jogar por causa de documentação. Só assistiu ao rebaixamento. Passou momentos difíceis após uma boa estreia, quando caiu de rendimento e foi cobrado.
"De repente eu entro no vestiário e ele estava com a cabeça baixa. Falei que só ele poderia reverter essa situação. E ele foi especial, abençoado por Deus", conta o capitão Jeci. Geraldo botou o nome na galeria dos campeões paranaenses. Aliás, o nome não, o apelido: Geraldo é na verdade Hermenegildo da Costa Paulo Bartolomeu, que homenageia um tio, ex-jogador, com o nome de guerra. Deu sorte: o sobrinho começou a brilhar por aqui: "O Brasil é a terra do futebol. Fico muito feliz de estar desfrutando e mostrando o que eu sei", comemora. (NA)
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