Está difícil contratar. A afirmação não é nova e é recorrente em clubes de todo o Brasil. Assim, só restam aos dirigentes buscarem alternativas. A realidade não deixa o Atlético Paranaense de fora desta dificuldade em trazer reforços para 2010, mas a diretoria tem um trunfo a seu favor: buscar bons nomes nos países vizinhos. É a tática que "habla español" e que já funcionou em um passado recente para o Furacão.
Os colombianos Viáfara, Marín, Valencia e David Ferreira, o panamenho Baloy, e o peruano Lobatón são apenas alguns nomes de jogadores que vieram e conseguiram marcar os seus nomes da história rubro-negra. Para 2010, a diretoria atleticana não gostou do que ouvir nas suas mais recentes consultas a jogadores do futebol nacional, e a "inflação" causada por algumas pedidas pode facilitar a chegada de nomes vindos de fora, sobretudo da América do Sul.
Ainda neste ano o Furacão sondou o atacante uruguaio Sebastian Balsas, porém o negócio não evoluiu. Segundo a reportagem da Gazeta do Povo apurou, o nome mais recente a ser sondado na semana passada seria o de um zagueiro argentino. O diretor de futebol do clube, Ocimar Bolicenho, confirmou a sondagem a este e outros jogadores de fora. O único alerta do dirigente sobre esta busca é ter todas as precauções e acertar. A economia brasileira, na maioria dos casos, conta a favor.
"Temos um exemplo claro no clube que foi a vinda do Valencia. Na Colômbia (atuando pelo América de Cali) ele ganhava US$ 7 mil (cerca de R$ 12 mil) e este é um salário totalmente compatível. Estamos observando e recebendo informações de jogadores de vários países sul-americanos, mas quando vem indicação nós partimos para os detalhes, observando de perto e tomando todos os cuidados para minimizar os erros", explicou o dirigente, por telefone.
Ocimar Bolicenho voltou a afirmar que a procura do Atlético passa, prioritariamente, pelo setor de criação e de ataque. Um nome que o diretor tratou de logo descartar foi o de Kléber Pereira, que não ficará no Santos. Atacantes da estirpe de Borges, que anunciou a sua saída do São Paulo, são outros que estão fora dos padrões econômicos e, consequentemente, da linha de procura dos dirigentes rubro-negros.
"Basicamente queremos um atacante com um histórico de muitos gols. O mercado está cheio é de atletas da posição que não fazem gols. O mercado em geral está absurdamente caro, com valores neste momento fora da realidade. Acredito que para o fim deste mês os números voltem à realidade para que possamos ter novidades", afirmou, deixando claro que a lista feita pelo técnico Antônio Lopes continua sob análise, e os valores estão sendo detalhados. Pelo menos seis jogadores devem ser contratados para 2010.
Receitas para contratar passam pela venda de jogadores
Ocimar Bolicenho admitiu o que o presidente do clube, Marcos Malucelli, já havia dito à Gazeta no mês passado: o clube ainda espera realizar uma boa negociação neste ano. A entrada de recursos é um dos anseios dos dirigentes para então poder concretizar futuras negociações. O nome do volante Valencia segue como mais cotado a sair, embora não exista até o momento nenhuma oferta oficial por ele ou por qualquer outro atleta do elenco rubro-negro.
Por ora, o Furacão ainda espera pela entrada de aproximadamente R$ 1,7 milhão, referentes ao novo empréstimo de Davi Ferreira ao FC Dallas para o próximo ano, e verbas ligadas ao zagueiro Danilo (que pode ser comprado pelo Palmeiras) e do volante Alan Bahia (que está na mira do Grêmio). Os dois casos devem evoluir nos próximos dias, rendendo um bom dinheiro aos cofres atleticanos.
"O Grêmio manifestou oficialmente o interesse no Ala Bahia e nós estamos esperando ele chegar em Curitiba para apresentarmos a oferta e negociarmos ou não. O que está certo é que ele não fica no Vissel Kobe-JAP. Já o Palmeiras tem até o dia 15 deste mês para depositar o valor que já está acertado para ficar com o Danilo em definitivo. Se eles não exercerem a preferência o jogador volta a ser do Atlético, mas não retornará. Voltando ele será negociado com outro clube", completou Bolicenho.