O Brasil atingiu, na terça-feira (25), a marca de mil medalhas em Jogos Pan-Americanos. E o número marcante veio, justamente, em um ouro inédito para o país. Pela primeira vez na história da competição, a equipe masculina de ginástica artística ficou com o primeiro lugar.
O outro ouro do dia foi conquistado por Rosângela dos Santos. Ela venceu a prova mais nobre do atletismo: os 100 metros rasos. O Brasil também conseguiu quatro bronzes: dois no boxe, um na esgrima e um no basquete feminino. Outra medalha dourada pode vir com o futebol feminino, que conseguiu, nesta terça, vaga na final do torneio no México.
Conquista histórica
A ginástica brasileira não conseguiu medalhas com as meninas em Guadalajara, mas o resultado na disputa masculina foi bem diferente. O sexteto - formado por Diego Hypólito, Petrix Barbosa, Arthur Zanetti, Francisco Barreto, Péricles da Silva e Sergio Sasaki - conseguiu uma medalha de ouro inédita para a categoria, a milésima do Brasil em Pan-Americanos.
A vitória ainda teve um gosto de revanche, pois o país deixou em segundo lugar o time de Porto Rico, que tirou o ouro dos brasileiros no Pan do Rio de Janeiro, em 2007. O Brasil somou 346.100 pontos contra 344.850 dos portorriquenhos. Os EUA completaram o pódio.
"A gente está vindo do Mundial. Eu estava bem cansado, mas foi uma prova muito boa. O trabalho da equipe foi feito e conseguimos passar aquilo que foi feito nos treinamentos", disse Diego Hypólito após a conquista.
Outra vitória muito comemorada foi a de Rosângela Santos. A atleta que nasceu em Boston (EUA), mas veio ainda pequena para o Brasil venceu os 100 metros rasos no atletismo em uma disputa muito acirrada.
Ela completou a prova em 11s22, apenas três centésimos de segundo à frente da medalhista de prata, a americana Barbara Pierre. O bronze foi para Shakera Reece, de Barbados. Está é apenas a segunda vez que uma brasileira vence a prova dos 100 metros. Em 1983, em Caracas, na Venezuela, Esmeralda de Jesus também subiu ao lugar mais alto do pódio.
Quem também pode chegar à medalha de ouro é o futebol feminino do Brasil. Em uma partida que teve a lateral Maurine como protagonista, as brasileiras venceram o México por 1 a 0 nas semifinais e vão disputar a decisão com o Canadá.
O pai de Maurine faleceu no último domingo (23). A jogadora foi liberada do Pan pela comissão técnica, mas preferiu continuar no México. Nesta terça, o esforço foi recompensado e ela, aos 33 minutos do segundo tempo, marcou o gol da vitória brasileira.
"Eu quero dedicar o gol para a minha família. Dedico principalmente a meu pai. Foi a mão de Deus que me deu força para estar aqui e ajudar minhas companheiras", disse Maurine após o jogo. "Estão todas [as jogadoras] de parabéns, todo o time foi guerreiro e, se Deus quiser, o ouro vai ser nosso", emendou.
Brasil com mais quatro bronzes
Outro esporte coletivo que garantiu medalha foi o basquete feminino. No entanto, o bronze no Pan tem gosto de derrota para a seleção. Superadas na semifinal em um torneio em que eram amplas favoritas, as brasileiras tiveram que se contentar em disputar o terceiro lugar com a Colômbia. O time de Ênio Vecchi não teve dificuldades e venceu por 87 a 48. Algoz do Brasil na competição, Porto Rico conquistou a medalha de ouro na terça depois de bater o México na final.
Bronzes com gosto amargo para o Brasil também no boxe. Os dois atletas do país que disputaram as semifinais em suas categorias acabaram derrotados. Campeão mundial, Everton Lopes não foi páreo para o cubano Roniel Iglesias - bronze na última Olimpíada de Pequim - na categoria até 64 kg. Ele perdeu o combate por 18 a 9.
Já Robenilson de Jesus, na categoria até 56 kg, também não se deu bem. Ele perdeu na semifinal para o mexicano Oscar Rafael Valdez. O lutador da casa se mostrou mais agressivo e conquistou a vitória por 23 a 10.
Quem comemorou o terceiro lugar na terça foi o esgrimista brasileiro Guilherme Toldo. Surpresa na categoria florete, o jovem de 19 anos foi derrotado apenas na semifinal da competição. Como não há disputa pela terceira colocação, ele ficou com o bronze.
O brasileiro conseguiu avançar à fase final apenas graças aos critérios desempate e, ainda assim, com a 16ª e última vaga. Depois disso, embalou e chegou a derrotar Miles Chamley-Watson, ex-número dois do mundo e melhor classificado da primeira fase do Pan.
Vôlei sem problemas
Depois de uma vitória tranquila contra o Canadá, a seleção brasileira de vôlei masculino teve outra atuação sem grandes sustos e bateu Porto Rico também por 3 sets a 0. As parciais da partida foram de 25/22, 25/14 e 25/18. O Brasil volta à quadra nesta quarta-feira (26), contra os Estados Unidos, às 23 horas.
No pólo aquático, o Brasil está classificado para as semifinais masculina e feminina. As duas equipes brasileiras venceram a Venezuela, na terça, e vão buscar uma vaga na final da modalidade no México. As mulheres enfrentam os Estados Unidos nesta quarta. O time masculino tem pela frente o Canadá, na quinta-feira.
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