Você em Pequim: Mande fotos das suas experiências durante os Jogos Olímpicos
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (Bogoc) pediu desculpas nesta terça-feira (19) pelo episódio do desaparecimento de uma das varas que a atleta Fabiana Murer usaria na final da competição do salto.
Em carta encaminhada ao chefe da equipe de atletismo do Brasil, Martinho Nobre, o comitê confirmou a informação do técnico de Fabiana, Élson Miranda de Souza, de que a vara, por alguma razão que eles ainda desconhecem, retornou do estádio à Vila Olímpica com as varas das atletas que haviam sido desclassificadas na primeira rodada da final, ou seja, antes portanto do momento em que Fabiana precisaria usá-la.
Na noite da competição, na segunda rodada de saltos, Fabiana não encontrou a vara que usaria, quando o sarrafo foi colocado em 4,55 metros.
Normalmente, as atletas neste tipo de competição utilizam varas de densidades diferentes de acordo com a altura que desejam atingir. Quanto mais alto precisam chegar, mais dura deve ser a vara.
Fabiana havia utilizado uma vara de menor densidade (mais mole) no primeiro salto que fez na noite, de 4,45 metros, e avançou à próxima marca. Sem a vara ideal, ela improvisou utilizando uma para alturas superiores a 4,70 metros, mas não conseguiu ultrapassar o sarrafo colocado a 4,65 nas três tentativas que fez, e foi eliminada.
Na carta, de poucas linhas, o comitê informou que o problema foi involuntário, mas não deu mais detalhes.
"Eles enviaram a carta como uma satisfação depois que registramos a apelação junto à Federação Internacional de Atletismo", afirmou o chefe da equipe.
A missão brasileira na Olimpíada entrou com um pedido de anulação da prova ainda na noite de segunda-feira (18) em Pequim, mas a federação não atendeu à solicitação.
Segundo o Comitê Olímpico Brasileiro, a federação informou que o fato de Fabiana ter tentado saltar mesmo depois do episódio validou sua participação na competição.
Na prova, a russa Yelena Isinbayeva bateu o novo recorde mundial, saltando 5,05 metros. A norte-americana Jennifer Stuczynski ficou com a prata, saltando 4,80, mesma marca que Fabiana fez no Troféu Brasil neste ano.
Anteriormente, Martinho havia informado que a hipótese mais provável para a confusão era de que alguém da organização teria deixado por descuido uma das varas de Fabiana em algum lugar no estádio, no caminho para a área da prova.
A vara não teria ido para a pista e daí, quando voltaram as varas das atletas desclassificadas, colocaram tudo junto, inclusive a de Fabiana, e levaram de volta para a Vila.
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