O vice-ministro de Relações Exteriores da Itália, Alfredo Mantica, sugeriu o cancelamento do amistoso da seleção do seu país contra o Brasil, marcado para o dia 10 de fevereiro, em Londres, por causa do recrudescimento da crise diplomática entre os dois países, provocada pela decisão do governo brasileiro de conceder status de refugiado político ao ex-ativista de esquerda italiano Cesare Battisti, condenado por homicídio em seu país natal.
"Essa hipótese deveria ser levada em consideração, até porque, na atual situação entre Itália e Brasil, corre-se o risco de transformar um espetáculo esportivo em uma questão política", disse o político. O jogo, no Emirates Stadium, já tem ingressos à venda e é considerado um dos grandes duelos deste início de ano esportivo, já que não acontece desde 1997 e têm um retrospecto rigorosamente igual no confronto direto, com cinco vitórias para cada lado e dois empates, e 19 gols marcados por cada seleção.
A seleção brasileira foi convocada nesta segunda-feira para o amistoso, cumprindo a norma da Fifa que exige duas semanas de antecedência em caso de convocações de jogadores sul-americanos que atuam no exterior.
A Itália fará sua convocação apenas no dia 7, e o técnico Marcelo Lippi disse nesta terça-feira que não queria se manifestar sobre a sugestão de Mantica, deixando o assunto a cargo do presidente da Federação Italiana de Futebol (FIGC, na sigla em italiano), Giancarlo Abete. "O presidente é que deve se manifestar sobre isso, e não o técnico, porque qualquer coisa que for dita num assunto desses pode causar confusão. Vamos ver o que Abete vai falar", disse Lippi, segundo o jornal Gazzetta dello Sport. A CBF não se manifestou sobre o assunto.
Além do amistoso, Brasil e Itália têm mais um confronto marcado para este ano, no dia 21 de julho, válido pela Copa das Confederações. Essa partida será exatamente 39 anos depois da final da Copa de 1970, vencida pelo Brasil por 4 a 1, no México.
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