Buenos Aires - Instalado na Praça San Martin, no centro de Buenos Aires, o telão da Copa América Fest principal atração extra do torneio na cidade transformou-se num feliz reduto inimigo ontem à noite. Na transmissão do jogo Argentina e Colômbia, empate por 0 a 0, só deu torcedor de vermelho, amarelo e azul.
Entre as cerca de 500 pessoas presentes, os colombianos estavam em maior número na rampa de grama da praça. E eram também bem mais ruidosos que os donos da casa, tímidos, ocupando um canto apenas.
"Nossa torcida é muito quente mesmo. Sempre foi assim. Espero que o time chegue até a semifinal pelo menos. Eu já comprei ingresso até lá", declarou o estudante colombiano Lorenzo Pizarro, no país especialmente para acompanhar a Copa América.
"O povo está acompanhando, mas confesso que ainda não entramos no clima. Conta também que quase todos os jogos são fora de Buenos Aires [apenas a decisão será disputada na capital]. Isso distancia um pouco", disse Adriana González, comerciante, uma das poucas pessoas com bandeiras da Alviceleste.
Mais uma prova de que o torneio ainda não embalou. Há algumas explicações para a baixa popularidade. No caso específico de ontem, o horário ruim do início da partida, 21h45, e o frio de 6° C. Sem contar o desempenho do time do técnico Sergio Batista, e do astro Lionel Messi, ambos muito longe de empolgar.
Há uma explicação política também, que reforça o populismo do governo local. No mesmo dia em que anunciou a sua candidatura à reeleição, há duas semanas, a presidente Cristina Kirchner divulgou o programa "LCD para todos", uma chance para que os compatriotas adquiram televisões de alta definição e possam curtir, no conforto do lar, a Copa América.
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