A Avenida Sete de Setembro pode ser descrita como uma via de muitos usos. Oferecendo uma mescla de comércios, moradias, serviços e áreas de lazer, o endereço muda de cara ao longo dos seus cerca de sete quilômetros de extensão e esconde trechos que em nada lembram o fluxo intenso de ônibus, carros e pedestres de sua região central.
GALERIA: Confira as imagens da Avenida Sete de Setembro
Uma avenida que faz parte da história
Muitos dos que veem o movimento e a modernidade da Avenida Sete de Setembro, hoje, podem não conhecer o seu passado de lama e trens.
Leia a matéria completaO setor estrutural especial da rua é, sem dúvida, a característica que predomina no cenário da Sete. Compreendido entre o Largo Baden Powell e a Praça do Japão, ele é conhecido por receber a canaleta do ônibus expresso e contar com a presença massiva de edifícios, que costumam abrigar lojas em seus pavimentos térreos e moradias nos andares superiores. “A maior verticalização decorre do transporte [público]. De acordo com o planejamento de Curitiba, onde há capacidade de transporte é onde se pode construir mais”, explica Marcio Augusto de Toledo Teixeira, coordenador de Mobilidade Urbana e Transportes do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). Por essa razão, a ocupação imobiliária na região está próxima de atingir seu nível máximo.
Homenagem à independência
A Avenida Sete de Setembro faz referência a uma das efemérides mais importantes da história do país: a da Independência do Brasil.
Nessa data, em 1822, Dom Pedro I proclamou o fim do domínio de Portugal sobre a então colônia brasileira. O endereço é repetido em diversas outras cidades do país .
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Além da canaleta, o trecho conta com a Via Calma, implantada há pouco mais de um ano, que favorece o uso da bicicleta ao mesmo tempo em que tira o sono de alguns comerciantes. Rodrigo Carmezim, proprietário de uma panificadora, diz que viu seu movimento cair junto com a velocidade da rua, por exemplo.
Para o Ippuc, a escolha da Sete para receber a faixa preferencial para as bicicletas é resultado da vocação de acessibilidade local na composição do eixo trinário que forma com a Silva Jardim e a Visconde de Guarapuava, que são as rápidas de deslocamento para quem deseja percorrer grandes distâncias na cidade.
Outra Sete
Quem circula nas extremidades da avenida conhece uma outra Sete de Setembro. Na região do Alto da XV, as quadras calmas entrecortadas por largos e praças guardam um cantinho quase que exclusivo do endereço, no qual casas e prédios de poucos andares dividem espaço com áreas arborizadas.
Segundo o arquiteto Irã Taborda Dudeque, vice-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU-PR), isso decorre do histórico de ocupação desta área, que originalmente era mais afastada do centro da cidade, o que fez com que ela mantivesse características de bairro. Teixeira acrescenta que, na concepção do setor estrutural, entendeu-se que este trecho poderia corresponder a um setor de lazer, contendo uma característica ambiental e paisagística diferente do restante da via.
Na outra ponta da Sete de Setembro, já na região do Seminário, o cenário da rua também muda. Ali, ela funciona como uma via de passagem para quem segue para os bairros mais a oeste da capital. Este traço fez com que sua ocupação não necessitasse de grandes edificações nas suas quadras finais até o encontro com a Praça Pedro Gasparello, que marca o fim da avenida.
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