Os advogados do ex-diretor-gerente do FMI Dominique Strauss-Kahn estão preocupados com os vazamentos de informações que podem prejudicar o direito do seu cliente de um julgamento justo.
Eles disseram também que possuem uma informação que pode 'gravemente afetar a credibilidade' da camareira do hotel que o acusou de tentativa de estupro.
Em carta aos promotores de Manhattan, os advogados de Strauss-Kahn, William Taylor e Ben Brafman, reclamaram sobre os vazamentos de informações da polícia de Nova York para a mídia. Eles não culparam, contudo, os promotores pelos vazamentos.
'Na verdade, se nós tivéssemos a intenção de alimentar indevidamente o frenesi da mídia, nós poderíamos divulgar informação substancial que, na nossa maneira de ver, poderia prejudicar gravemente a qualidade deste processo e também comprometer gravemente a credibilidade do autor da denúncia deste caso', escreveram Taylor e Brafman.
'Pedimos que qualquer recurso apropriado seja utilizado para evitar novos vazamentos', disseram na carta, datada de 25 de maio e endereçada ao advogado distrital de Manhattan, Cyrus Vance.
O porta-voz do departamento de polícia de Nova York se recusou a comentar.
O advogado da camareira do hotel, Jeffrey Shapiro, disse que ele não estava surpreso com a alegação dos advogados de Strauss-Kahn de que eles teriam informações contra ela, mas chamou a estratégia de 'barata.'
'Novamente, tentam culpar a vítima e transformá-la em uma pessoa ruim', disse Shapiro. 'Estou realmente irritado. Eu conheço essa mulher. Eu vi o medo nos olhos dela e a sua vontade de resolver isso.'
A advogada assistente distrital, Joan Illuzzi-Orbon, em resposta a Brafman e Taylor, disse que os promotores 'ficaram preocupados que vocês escolheram abrir ao público as suas alegações que possuem informações que podem impactar o caso negativamente e comprometer 'gravemente' a credibilidade da vítima.' 'Nós não conhecemos essa informação', ela escreveu.
Promotores disseram que as evidências contra o francês Strauss-Kahn são 'substanciais e continuam crescendo.'
Os advogados de Strauss-Kahn consultaram a TD International, uma consultoria fundada por e com funcionários que foram da Agência Central de Inteligência (CIA) e diplomatas dos EUA, para participar do time de defesa, segundo a Reuters apurou.