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 | Memoria Viva-Chile/Divulgação
| Foto: Memoria Viva-Chile/Divulgação

A Alemanha vai abrir antecipadamente os arquivos mais recentes, de 1986 a 1996, sobre a Colônia Dignidade no Chile, fundada por um ex-nazista e local de torturas e abusos sexuais durante a ditadora Pinochet, anunciou nesta terça-feira o ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier.

“Decidimos reduzir dez anos o prazo de proteção, assim vamos colocar à disposição dos historiadores e da imprensa os arquivos do período 1986 a 1996”, indicou o chefe da diplomacia em Berlim, depois da difusão de um filme sobre esta colônia.

Steinmeier recordou que esse prazo de proteção era de 30 anos e que os arquivos antes de 1985 já podem ser consultados.

Cerca de 120 ex-habitantes da colônia decidiram abrir um processo coletivo para obter uma reparação pelo que consideram prejuízos causados por “uma das seitas mais perigosas da história da Humanidade”, em palavras de seu advogado e ex-vítima, Winfried Hempel.

O grupo pede um milhão de dólares para cada ex-colono, e o processo foi apresentado tanto contra o Chile quanto contra a Alemanha, acusada de não ter protegido seus cidadãos.

Steinmeier reconheceu que a gestão por parte das autoridades alemãs da época da Colônia Dignidade não esteve “à altura da história do ministério alemão das Relações Exteriores”.

“Durante longos anos, entre os anos 60 e os 80, diplomatas alemães no Chile olharam para o outro lado”, afirmou.

“Em todo caso, fizeram muito pouco para a proteção de seus concidadãos nessa colônia”, concluiu.

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