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Manifestante segura a bandeira síria durante um protesto realizado ontem, em frente ao consulado do país, em Istambul | Bulent Kilic/AFP
Manifestante segura a bandeira síria durante um protesto realizado ontem, em frente ao consulado do país, em Istambul| Foto: Bulent Kilic/AFP

Reação

Arábia Saudita condena violência e convoca embaixador

Beirute - A Arábia Saudita decidiu convocar seu embaixador na Síria para consultas, segundo comunicado transmitido ontem pela rede de tevê Al Arabiya.

O rei Abdullah também disse no comunicado que Riad não aceita o que está acontecendo na Síria, e que a repressão aos dissidentes no país é desproporcional.

A Liga Árabe, que vinha se mantendo em silêncio desde o início dos protestos contra o presidente sírio Bashar Assad, há cinco meses, disse ontem que a situação é alarmante e pediu o fim imediato da violência.

Dois grupos sírios de direitos humanos disseram que as forças do governo mataram pelo menos 50 pessoas na fase mais recente de repressão aos dissidentes, citando que o número de mortes pode subir para 69.

O chefe da Liga Síria de Direitos Humanos em Damasco, Abdul-Karim Rihawi, disse que pelo menos 42 pessoas foram mortas em Deir Ezzor, e dez pessoas em Houle.

Ammar Qurabi, chefe da Organização Nacional para Direitos Humanos na Síria, disse que 42 pessoas foram mortas em Deir Ezzor e 17 em Houleh. Ele diz que dez pessoas foram mortas quando acompanhavam um funeral em Idlib. (AE)

Tanques sírios atacaram ontem Deir Ezzor, ao leste da Síria, to­­mando a cidade e deixando ao menos 50 mortos. A estimativa do número de vítimas é de ativistas locais e não pode ser confirmada, pois o governo do ditador Bashar Assad impede a entrada de jornalistas no país.

Moradores relatam que tanques do Exército destruíram barricadas erguidas na cidade para impedir a invasão. O evento ocorre uma semana após as forças de Assad terem atacado Hama, outra cidade palco de manifestações contrárias ao regime.

"As operações militares se concentram no bairro de Jura, onde os militares abriram fogo e deixaram pelo menos 50 mortos e dezenas de feridos", declarou o presidente da Liga Síria de Di­­reitos Humanos, Abdel Karim Rihaui.

As forças de segurança prenderam várias pessoas em diversos pontos da cidade de Deir Ezzor, a 430 quilômetros ao nordeste de Damasco, completou o ativista.

Já em Homs, outra província rebelde, quatro civis morreram na operação militar, segundo Rami Abdel Rahman, do Obser­­vatório Sírio de Direitos Huma­­nos (OSDH). O porta-voz dos Co­­mitês de Coordenação Local, Omar Edelbe, afirma que são ao menos oito mortos, entre eles dois adolescentes.

Edelbe acrescentou que o Exército bombardeou também vários povoados ao redor da cidade. "Várias casas foram destruídas e a cidade está em um estado ca­­tastrófico, segundo testemunhas", disse.

Além disso, as redes telefônicas móvel e fixa foram cortadas, assim como a eletricidade, segundo disseram moradores da cidade aos Comitês.

O governo nega ter tomado Deir Ezzor, uma das maiores cidades da Síria, situada às margens do rio Eufrates.

Repressão

O presidente da Síria, Bashar As­­sad, buscou justificar a repressão das autoridades no país ao afirmar ontem que é um "dever do Estado" proteger a segurança de seus cidadãos e agir contra aqueles que "violam a lei". Assad fez essas declarações depois de se reunir em Damasco com o ministro das Relações Exteriores do Lí­­bano, Adnan Mansour, segundo a agência de notícias oficial síria, Sana.

Vários grupos da oposição síria informaram o bombardeio a Deir Ezzor e colocaram na internet vídeos que mostram grandes nuvens de fumaça preta sobre a cidade e rajadas contínuas de disparos.

O Comitê de Coordenação Lo­­cal (CCL), que comanda as manifestações contra o regime sírio, assinalou que o Exército já atacou os bairros de Muazafin, Qosur, Omal, Yura, Tob, Dahiye, Ro­­shi­­dye, Horiga e Hanamat, enquanto fortes explosões eram ouvidas em diferentes partes da cidade.

Franco-atiradores se posicionaram nos telhados de vá­­rios prédios mais altos em Yura e na rua Wadi. Testemu­­nhas disseram a este grupo opositor que viram soldados desertar na área de Yura e passar a lutar contra as tropas do regime. Além disso, assinalaram que o Exército e as forças de se­­gu­­rança rodearam a cidade to­­talmente e impedem que as pes­­soas saiam.

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