A Bolívia espera convencer os EUA na próxima semana a manter benefícios comerciais em vigor há vários anos mostrando ao governo norte-americano o quanto os bolivianos avançaram na luta contra as drogas, afirmou nesta terça-feira (14) uma importante autoridade do país sul-americano.
"Vamos para lá com números e dados que mostram por que essa nos parece ser uma decisão injusta", afirmou o ministro boliviano das Finanças, Luis Alberto Arce, a repórteres. "A Bolívia não vai ficar implorando nada."
O país e mais três outras nações andinas -- a Colômbia, o Peru e o Equador - podem exportar a maior parte de suas mercadorias aos EUA sem pagar impostos conforme estipula um programa de preferência comercial em vigor há 17 anos. A região andina é fonte da maior parte da cocaína consumida no mundo.
No entanto, as relações entre os EUA e a Bolívia tornaram-se cada vez mais tensas desde que Evo Morales assumiu a presidência boliviana, em 2006.
No mês passado, Morales expulsou o embaixador norte-americano acusando-o de incentivar violentos protestos de rua. O governo dos EUA respondeu expulsando o embaixador boliviano.
O presidente norte-americano, George W. Bush, começou então a adotar medidas para suspender os benefícios comerciais da Bolívia devido ao que autoridades dos EUA descrevem como a falta de cooperação do país no combate às drogas.
Se o governo Bush cumprir sua ameaça, poderia provocar o corte de vagas de trabalho em setores bolivianos como os de produtos têxteis, de couro, de jóias e madeireiro, disse Arce. Esses setores dependem do acesso privilegiado garantido pela Lei de Promoção do Comércio Andino e da Erradicação de Drogas.
O ministro disse ter sido encarregado por Morales de liderar os esforços com vistas a salvar os benefícios comerciais. Arce deve depor em uma reunião a ser realizada na próxima semana pelo governo Bush para tratar da questão.
A Bolívia deve então mostrar como seus esforços de combate às drogas são positivos quando comparados com os de outros países e também argumentará que os EUA deveriam estar eles próprios esforçando-se mais para diminuir sua enorme demanda por narcóticos, disse Arce.
"Compreendemos claramente que a luta contra as drogas é uma questão de responsabilidade compartilhada", afirmou o ministro.
A Bolívia não revisará sua decisão de expulsar o embaixador norte-americano até depois das eleições presidenciais de 4 de novembro, nos EUA, disse Arce, que estava em Washington para participar de reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
"Preferimos esperar pela eleição e, logo depois disso, retomar as relações diplomáticas com os EUA", afirmou.
Quem são os jovens expoentes da direita que devem se fortalecer nos próximos anos
Frases da Semana: “Kamala ganhando as eleições é mais seguro para fortalecer a democracia”
Iraque pode permitir que homens se casem com meninas de nove anos
TV estatal russa exibe fotos de Melania Trump nua em horário nobre