Gates chegou de surpresa e horas depois ataques vitimaram 34 pessoas: um único ataque vitimou 22 pessoas e feriu 33 num jantar| Foto: Paul J. Richards / Reuters

Três explosões mataram 35 pessoas e feriram dezenas nesta segunda-feira (15) em Bagdá, horas depois da chegada não-agendada do secretário norte-americano de Defesa, Robert Gates, a Bagdá.

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Nesta terça-feira (16), Gates participa da cerimônia de transferência de comando das forças dos EUA do general David Petraeus para o general Ray Odierno, que segundo o secretário terá de encontrar formas de conciliar a preservação da segurança com a redução do contingente dos EUA. Sob o comando de Petraeus, o contingente dos EUA ganhou um reforço de 30 mil soldados.

No ataque mais violento desta segunda-feira, uma mulher-bomba invadiu a casa de um ex-comissário da polícia local, que ficou um ano detido na prisão americana de Camp Bucca. O comandante policial, Adnan Shukr al-Timini, foi libertado mais cedo nesta segunda-feira (15) e havia recebido amigos e parentes para um banquete em comemoração à sua libertação, quando a mulher-bomba entrou na casa e detonou os explosivos, matando 22 pessoas e feriu 33 em Balad Ruz, na província de Diyala, 90 quilômetros a nordeste da capital, segundo autoridades.

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Em um caso similar, nas proximidades da capital, uma mulher se explodiu em 24 de agosto, matando pelo menos 25 pessoas Em Bagdá, dois carros-bomba explodiram em rápida sucessão, matando 13 pessoas e ferindo 36, quando dois carros-bomba foram detonados em um distrito comercial no centro da capital iraquiana, informaram autoridades locais.

Mais cedo, em Bagdá, funcionários iraquianos disseram que, além das vítimas, a explosão dos dois carros-bomba incendiou ou danificou de alguma forma dezenas de carros que passavam ou estavam parados nas proximidades do local do ataque, ocorrido no bairro de Karradah.

Apesar dos ataques dos últimos dias, em geral a violência no Iraque está no seu menor nível nos últimos quatro anos.

Gates disse que os EUA vão continuar limitando sua atuação no país. "Acho que o desafio para o general Odierno é: como trabalhamos com os iraquianos para preservar os ganhos que já foram obtidos, ampliá-los, mesmo que os números de forças dos EUA estejam encolhendo", disse Gates a jornalistas no avião.

Nos últimos meses, as forças do Iraque assumem as principais tarefas de segurança. O Iraque já controla a segurança em 11 das 18 províncias, e até o fim do ano deve receber mais duas.

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Odierno, que passou 15 meses como vice-comandante, até fevereiro, será promovido será promovido de general-de-divisão a general-de-exército na terça-feira.

Na semana passada, o presidente George W. Bush anunciou a retirada de 8.000 soldados do Iraque até o começo de 2009, reduzindo a presença a 138 mil soldados. Forças que estavam reservadas ao Iraque serão enviadas ao Afeganistão, onde a violência vem crescendo.

O general Lloyd Austin, atual número 2 dos EUA no Iraque, fez um alerta contra uma sobrecarga às forças iraquianas, lembrando que Washington já tentou antes apressar a retirada de tropas do Iraque, sem sucesso.

"Não tenho certeza de que empurrá-los para frente seja o que queremos. Acho que já tentamos antes e vimos que não funcionou", disse ele a jornalistas que acompanhavam Gates.

O secretário disse que é importante que os iraquianos mantenham o processo de reconciliação, melhorem os serviços públicos e, com ajuda dos EUA, continuem pressionando os militantes da Al Qaeda sunita e as milícias extremistas xiitas.

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Na semana passada, Gates disse que a guerra do Iraque estava entrando na fase de "fim de jogo", com a transferência de mais responsabilidades para as forças locais.

"Não há dúvida de que continuaremos envolvidos. Mas acho que as áreas em que estamos seriamente envolvidos vão continuar encolhendo."