Reforçados pelo acordo firmado em Teerã, os governos do Brasil e da Turquia pediram nesta terça-feira (18), em Madri, a inclusão dos dois países no grupo de seis nações responsáveis pelas negociações com o Irã sobre a suspensão de seu programa nuclear. Segundo o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, "é evidente" que os dois países devem participar do esforço diplomático.
A reivindicação vem sendo feita em Madri, nos bastidores da 6.ª Cúpula União Europeia-América Latina. De acordo com Garcia, o Brasil não vai formalizar nenhum pedido para unir-se ao G5+1, mas sugeriu aos países que já o compõem - EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha - que a integração dos dois deveria acontecer. "Querer participar do 5+1 com os turcos é normal, quando existe uma negociação", afirmou. "Não acho que seja uma coisa a se formalizar, porque o outro grupo também é informal. Mas acho evidente que a Turquia e o Brasil tenham uma certa participação", afirmou o assessor.
Questionado se o G5+1 deveria ser aumentado, tornando-se G8 ou G5+3, Garcia respondeu, em tom de brincadeira: "Em linguagem de futebol, seria um G5+1+2".
Mais cedo, Recep Tayyp Erdogan, primeiro-ministro turco, já havia proposto a inclusão dos dois países no processo de negociação. A razão, argumentou, foi a mesma usada pelo governo brasileiro: até a entrada dos dois países no debate, não havia interlocutores com o Irã. Ambos os países ocupam neste momento assentos provisórios no Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde a proposta das sanções ao Irã será debatida.
Erdogan também atacou a possibilidade de se voltar a discutir sanções contra o Irã. "Nós devemos parar de falar em sanções", argumentou em Madri. "Nós vimos que, por meio de uma diplomacia positiva, o Irã pode se sentar à mesa de negociações e nós podemos chegar a um consenso dentro das regras diplomáticas aceitas em nível internacional."
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