O presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou nesta terça-feira que aceita "toda sua responsabilidade" na gestão do desastre causado pelo furacão Katrina no Sudeste do país e reconheceu "sérios problemas" na resposta à tragédia, "em todos os níveis do governo".
Numa entrevista coletiva, dada por ocasião da visita do presidente do Iraque, Jalal Talabani, à Casa Branca, Bush disse que deseja "saber como melhorar a cooperação" dos órgãos de governo no caso de outra tragédia, seja um desastre natural ou um ataque terrorista.
Bush disse que vão pretendia defender "o processo", mas, sim, "os que estiveram na linha de frente, salvando vidas".
Indagado se o povo americano deveria estar preocupado com a capacidade do governo de lidar com outro atentado terrorista, dados os erros cometidos na resposta ao Katrina, Bush replicou:
- O Katrina manifestou sérios problemas em nossa capacidade de resposta, em todos os níveis de governo.
Ele reconheceu, novamente, que o governo federal falhou, mas, desta vez, incluiu-se diretamente nisso:
- Assumo a responsabilidade.
Bush anunciou na semana passada sua intenção de liderar uma investigação sobre a lentidão e precariedade do socorro às áreas atingidas pelo furacão.
As duas críticas à performance do governo na crise custaram a cabeça do diretor da Agência Federal de Gestão de Emergências, a Fema, Michael Brown. Ele pediu demissão na segunda-feira.
O descontentamento nacional com o manejo do desastre está claro nas pesquisas de opinião. Numa das mais recentes, realizada nos dias 8 até 11 deste mês pelo instituto Gallup para o diário "USA Today" e a cadeia de TV CNN, 54% dos entrevistados disseram-se em desacordo com a forma de Bush lidar com a crise. Setenta por cento querem uma investigação independente do caso.
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