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Candidato socialista, François Hollande, e o atual presidente francês, Nicolas Sarkozy | AFP PHOTO / SEBASTIEN BOZON /FRED TANNEAU
Candidato socialista, François Hollande, e o atual presidente francês, Nicolas Sarkozy| Foto: AFP PHOTO / SEBASTIEN BOZON /FRED TANNEAU

Perfil: François Hollande

François Hollande pode ser definido como a antítese de Nicolas Sarkozy. Para além das divergências políticas, tudo no atual presidente se opõe ao candidato socialista à Presidência francesa, homem amável e consensual, mas perseverante, cujos críticos o acusam de suavidade e inexperiência.

Há dois anos Hollande viaja pelo país, trabalhando sua imagem. O homem afável quer se mostrar forte e "tenaz", sua principal qualidade, de acordo com seu amigo, o ex-ministro Michel Sapin.

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Perfil: Nicolas Sarkozy

Nicolas Sarkozy foi eleito em 2007 com a proposta de transformar uma França adormecida, mas durante seu mandato, que espera renovar, foi construída uma imagem de um presidente desorganizado e impulsivo, tornando-se o governante mais impopular da V República.

Há meses as pesquisas apontam sistematicamente Sarkozy como derrotado no segundo turno da eleição presidencial do dia 6 de maio, mas o presidente, apesar de reconhecer alguns erros, continua acreditando na vitória.

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Os candidatos presidenciais franceses divergiram sobre a crise do euro em suas últimas declarações antes do primeiro turno, que será realizado no domingo (22), para o qual todas as pesquisas indicam a vantagem do socialista François Hollande contra o impopular Nicolas Sarkozy, candidato à reeleição.

Em entrevistas a rádios nesta sexta-feira, Sarkozy disse que ajudou a conduzir a zona do euro no auge da crise da dívida, e que isso o qualifica como o candidato mais preparado. Já Hollande acusou o adversário de complicar a situação das finanças públicas francesas.

O ágio pago sobre os títulos franceses com vencimento em dez anos subiu para mais de 1,5 ponto percentual acima dos papéis alemães que balizam o mercado, num possível sinal de nervosismo dos investidores com a possibilidade de um governo esquerdista em Paris.

"O risco de o euro implodir não existe mais", disse Sarkozy à rádio RTL. "A Europa está convalescente. Essa é a realidade. Não podemos nos dar ao luxo de cometer qualquer erro. No minuto em que relaxarmos no corte de gastos, na redução do déficit e na redução da dívida, a França irá partilhar do destino da Espanha", disse Sarkozy, referindo-se ao forte endividamento do país vizinho.

Ele insinuou que o rival - cada vez mais à frente nas pesquisas para o primeiro turno, e franco favorito na rodada decisiva em 6 de maio - não tem a experiência necessária para um momento de crise. "Durante dez anos ele foi o chefe do Partido Socialista. Ele não foi o chefe de muita coisa, a verdade é essa."

À rádio Europe 1, Hollande disse que os problemas orçamentários franceses decorrem das políticas de Sarkozy nos últimos cinco anos. Ele defendeu uma ação de toda a Europa para retomar o crescimento.

"O importante é pôr as nossas finanças públicas em ordem. Elas foram postas completamente de ponta-cabeça nesses últimos anos devido à política fiscal irresponsável e à crise", afirmou o socialista, no último dia da campanha antes do primeiro turno.

Ele propôs que o Banco Central Europeu adote uma posição radicalmente diferente da atual, concedendo empréstimos diretamente aos países endividados da zona do euro, e não aos bancos, e mantendo os juros baixos. Ele reconheceu, no entanto, que a Alemanha não toparia essa postura.

As propostas financeiras de Hollande giram mais em torno da elevação da carga tributária - especialmente para o setor financeiro - do que cortes de gastos públicos. Isso preocupa os investidores e pode elevar o custo da dívida francesa.

Uma nova pesquisa do instituto Ipsos mostrou que Sarkozy caiu de 27 para 25,5 por cento, enquanto Hollande tem 29 por cento.

Os radicais Marine Le Pen (direita), com 14 a 16 pontos, e Jean-Luc Mélenchon (esquerda), cerca de 14, travam uma acirrada disputa pela terceira colocação. O centrista François Bayrou vem em quinto, com aproximadamente 10 pontos, e há também cinco candidatos "nanicos" concorrendo.

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