As sanções do Ocidente à Rússia geraram algum transtorno, mas não têm sido muito "doloridas" para o país, disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, antes do encontro que ele teria mais tarde com o secretário de Estado americano, John Kerry. EUA e União Europeia impuseram duas rodadas de sanções à Rússia, que incluíram proibições de viagem e congelamento de bens para alguns dos associados mais próximos do presidente russo, Vladimir Putin. O objetivo das medidas foi punir Moscou pelo que os países ocidentais classificam como tomada ilegal da Crimeia.
"Eu não quero dizer que as sanções são ridículas e que a gente não se importa. Essas medidas não são coisas prazerosas", afirmou Lavrov à imprensa russa. "Mas não há uma sensação de dor. Já vivemos épocas mais difíceis".
O chanceler declarou que o Ocidente colocou restrições não oficiais em prática, orientando diplomatas em Moscou a boicotarem reuniões com autoridades e parlamentares russos. E disse que os representantes russos nas capitais da União Europeia também não estão sendo recebidos por autoridades diplomáticas. O encontro entre Lavrov e Kerry está previsto para este domingo em Paris. Os dois lados se movimentam para aliviar as tensões no pior impasse desde a Guerra Fria.
"Diplomacia é a arte de negociar e fazer acordos. Se diplomatas são motivados a se tornar instrumentos de sanções, isso é então uma história totalmente diferente".
O Ocidente ameaça sanções mais duras contra Moscou se mais tropas forem enviadas à Ucrânia. Em março, moradores da Crimeia votaram num plebiscito a favor de se separar da Ucrânia e se juntar à Rússia, uma votação que não foi aceita pelos governos ocidentais. De acordo com eles, o referendo violou a Constituição ucraniana e foi realizado depois que os militares russos cercaram a região.
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