A China rejeitou nesta quinta-feira (9) acusações de que poderia torturar prisioneiros muçulmanos chineses que estão na prisão militar norte-americana de Guantánamo. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Qin Gang, disse que eles serão tratados conforme a lei.
Pequim solicitou aos EUA a repatriação dos 17 muçulmanos chineses que estavam perto de ser libertados nesta semana. O governo chinês alegou que eles eram terroristas e deviam ser julgados.
"Algumas pessoas podem temer que essas pessoas sejam torturadas na China, eu acho isso tendencioso. A China é um país sob o regime da lei, e quaisquer autoridades chinesas, sejam judiciárias ou de segurança pública, proíbem a tortura", afirmou Qin.
A administração do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, busca um país que aceite o grupo. O governo norte-americano afirmou que os detentos podem ser torturados, caso sigam para a China.
Nesta quarta-feira (8), uma corte de apelações dos EUA adiou a liberação dos detentos em pelo menos uma semana, por objeções do governo. Antes, um juiz distrital, Ricardo Urbina, ordenou a liberação deles, alegando que não haviam sido indiciados por nada.
Os detentos foram capturados no Paquistão e no Afeganistão em 2001. Eles são uigures de Xingiang, uma região isolada que faz fronteira com Afeganistão, Paquistão e outros seis países da Ásia Central. A etnia uigur se diz oprimidos pelo governo central chinês.
Qin afirmou que os presos pertencem ao Movimento do Turquistão Oriental, que a China alega ser um grupo terrorista buscando separar a região de Xingiang do país. Os Estados Unidos listaram essa organização como terrorista em 2002.
Esses detentos agora são uma dor de cabeça diplomática para os Estados Unidos, que não querem mantê-los, mas não sabem onde deixá-los. Muitos países temem problemas diplomáticos com a China se aceitarem recebê-los. As informações são da Associated Press.
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